terça-feira, 30 de junho de 2009

Consciência de si

Todo “eu” precisa criar uma relação com o outro para que tenha o reconhecimento e a compreensão de si mesmo, mas isto só ocorre quando o “eu” tem consciência de si, em si e para si como um ser livre. O primeiro outro a se reconhecer é “eu” de si mesmo, ou seja, é uma consciência de si mesmo que vem de fora.

Para que a própria existência seja admitida, há a necessidade do estabelecimento de uma individualidade que só ocorre quando se ampliam às relações, pois não existe individualidade sem o reconhecimento do outro. Ao passar por estes processos de reconhecimento, o sistema torna-se abstrato, ou seja, separado em camadas sobre diversas compreensões do que é.

A busca pela unicidade implica em procurar pontos em comuns dentro das relações e das diferenças que se estabelecem com o outro, o que cria, primeiramente uma relação de dependência e dominação entre as consciências e relações de si – para - si e de si – para - o – outro, ou seja, uma ligação entre escravo e senhor.

A partir das escolhas feitas entre relações que manterão o sistema vivo até que se encontre sua verdadeira essência, que só terá sentido quando pensada como alteridade, ou seja, sua individualidade que se comporta pela compreensão sistemática da situação como forma coletiva. Portanto, o “eu” encontrará sua verdadeira unicidade ao pensar suas particularidades em uma relação aberta que perceba as diferenças do outro e crie relações com este através de escolhas que o mantenha vivo dentro de sua essência, baseando-se em uma visão estratégica.

Dissecação, abstração e pensamento - Cinthia

Dissecação, abstração e pensamento

Aqui compreendo que o mais coerente e provavelmente o adequado para uma análise lógica do objeto é o seu recorte, o seu isolamento. Escolher dois temas discutidos em aula e discorrer sobre eles. Não vejo como pode ser possível, mesmo porque, o professor pode recordar que a cada aula os assuntos se cruzavam, sempre um exercício de rememoração e antecipação e muita imaginação. Portanto, seguindo essa lógica e debruçando-me na esteira da complexidade (essa você gostou!!!) pretendo discorrer a respeito de diferentes assuntos discutidos em aula, que estão intimamente ligados e intrinsecamente relacionados. E ainda que todos eles habitam reflexões da perspectiva hipertextual.
Eu e tú e nós e eles. Processos de abstração, construção, busca, fuga, reconhecimento, re-conhecimento, imagem, construção, construção, construção. Reflexos, reflexão, imagem, imaginação.
Aquela frase do Nietzsche
“trabalhamos apenas com coisas que não existem linhas, planos, corpos, átomos, intervalos divisíveis de tempo, espaços divisíveis. Como podem as explicações serem possíveis quando primeiro transformamos tudo em uma imagem, nossa imagem”
Este é o pensamento que norteia as linhas da discussão. Aqui Nietzsche fala do processo de abstração, que, de acordo com as nossas discussões em aula, é o próprio processo do pensamento. A abstração é um processo de fragmentação que o homem efetua ao codificar as informações externas em fragmentos abstratos, ou seja, o processo de raciocínio. O pensamento então realiza por meio de associações (ligações) a construção de um todo, o sentido. Ou seja, ele parte de imagens abstratas e constrói uma imagem concreta que tenha sentido para ele mesmo. O abstrato e o concreto estão dentro da mente humana. Uma imagem pode ser abstrata e concreta neste sentido. E todo pensamento constitui-se da relação com o mundo interno e externo à mente humana. Raciocínar: dividir, separar, reduzir, isolar, dissecar. E o resultado mais sofisticado deste processo se materializou inicialmente com a invenção do alfabeto fonético. Mas este não foi obviamente a primeira forma escrita de comunicação. Antes tivemos os pictogramáticos, os hieroglíficos, as inscrições rupestres, Enfim, mas o que fica facilmente visível é que o pensamento foi se fragmentando cada vez mais.e mais. Como que a compreensão só fosse efetivamente possível na incomopreensão, já que só busca-se a compreensão de algo que não se compreende. Muito filosófico né!? Ok, vou mudar a linha e tentar ser mais concreta. Digo objetiva.
A passagem da cultura oral para a escrita e dessa para a exacerbação da abstração do alfabeto fonético demonstra o distanciamento do homem com o seu ambiente. Passamos a nos relacionar com a realidade a partir da compreensão (movimento do abstrato ao concreto) que temos dessa própria realidade. Não seria então já viver numa hiperrealidade? Antes mesmo das máquinas de imagens (todas as formas de reprodução e decalque do real) não seria o próprio homem uma máquina de imagem? Mas, pensamos palavras, e palavras não são imagens elas apenas as nomeiam. Qual seria a imagem de uma palavra? Ora dependerá da palavra, mas a sua imagem nunca será a união de letras em sílabas e destas em palavras, a não ser que esteja estudando o alfabeto. Neste contexto a sua imagem é a própria letra ou palavra.
Para McLuhan
“as letras são a linguagem da civilização porque traduzem o homem tribal de seu complexo auditivo e tátil para um complexo visual simples que chamamos racional desde que foi inventado”.
Em outras palavras supressão dos demais sentidos em favorecimento da visão. Um empobrecimento da capacidade de percepção, compreensão da relação do homem com mundo.
Pensando na tese das tecnologias enquanto extensões humanas o alfabeto pode ser encarado como uma extensão, mesmo que limitada, do pensamento humano. É necessário pontuar: pensar não é compreender. Compreensão está para conhecimento muito mais que para pensamento. Neste a compreensão vai depender da capacidade e do nível de ligações/ conexões que estabelecer na direção do sentido.
Sentido. Que palavra! Poderia dizer que da comunicação das células, dos órgãos, do sistema que compõe o meu corpo que o sentido neste contexto é o próprio corpo? Uma imagem concreta, gerada de outras imagens também concretas, mas que na medida em que continuamos dividindo (corpo, órgãos, células, átomos) a imagem também vai se fragmentando tornando-se cada vez mais abstrata. Pensar a origem da vida do universo, tanta a abstração e tanta imaginação. E assim caminha a humanidade sempre numa relação antagônica, bipolar, vida e morte, real e imaginário, documental e ficcional, pessoa e persona, facts e fakes, verdades e mentiras. O meio termo é um espaço ignorado. Por quê?
É sempre aquela idéia: ou você é ou você não é. O meio termo não é você não ser, é admitir que você só é porque não é, ou seja, o não ser contém o ser assim como o ser csó é pelo não ser. Eu sei que é muita filosofia, mas seguindo em frente. Não falo aqui da questão do reconhecimento de si no outro ou da relação senhor-escravo, mas antes, que a própria realização do senhor ou do escravo se dá num espaço entre o que é e o que pode ser, ou ainda do que cada um compreende por sê-lo. Ou seja, é sempre uma construção de si que se dá entre o que se imagina (na imagem que fazemos de nós mesmos) e as possibilidades de composição desta imagem.em direção a uma imagem concreta, real, material, física. Que não deixa de ser simulação e nem por isso é menos real. O ponto fundamental é a relação que se tem com os níves de construção de realidade. Talvez pelo nível tecnológico que se encontra a civilização humana a nossa realidade (que abrange inclusive a própria existência humana e de sua civilização) se transforma na medida em que a construção que o homem faz da sua realidade interfere na realização dela mesma. Como tem sido toda a construção da civilização humana.
Pontuando.
O raciocínio gera o alfabeto, nos distancia da natureza (realidade independente do ser humano) nos ensina a isolar reduzir fragmentar, nos possibilita avanços científicos, artísticos, tecnológicos, e, se a tendência, o caminho do raciocínio é a fragmentação e ao longo dos séculos a busca do sentido da vida tem caminhado na direção de sua decomposição, dissecação. Ainda não encontramos um jeito criativo de compor essas partes para então começar a compreender um pouco a vida.
A desmaterialização não é fragmentação, o grande mal dos meios de comunicação não está no âmbito das relações humanas mas no seu uso exagerado em função do capitalismo. Na relação verdade e mentira que se tem com imagens e determinados veículos de comunicação e a idéia de realidade. Há que se levar em conta que a perspectiva das construções e a realidade habita níveis de construções. A relação humana com as imagens que também possuem níveis diferentes de compressnão. As imagens existem dentro e forma do homem, imagem é tudo aquilo que é visível em forma e conteúdo, e se a nossa forma de pensar se traduz em imagens então esta relação precisa ser observada, pois nesse caminho, é dessa relação que se realiza a história humana.

Leituras do Hipertexto (Raquel Wandelli)

Embora estejamos acostumados a vincular o hipertexto a meios eletrônicos, este se encontra em processo de sedimentação muitos antes do advento da informática, utilizando-se de antigas linguagens e experiências narrativas.

Como característica anterior aos hipertextos eletrônicos pode-se citar a escrita em teia, a quebra da linearidade que pode ser comparada a nossa forma de pensar e narrar o mundo, a descentralização das informações dentro de um projeto gráfico, que já era apresentada em livros como Dom Quixote de Cervantes. Outros recursos foram utilizados por diversos autores como explorar a materialidade do livro para recursos não verbais, o uso dos textos como um mapa topográfico que propõe as palavras como ícones, percussores dos links.

De acordo com a afirmação da autora, nossas realizações provem de experiências anteriores, o presente se alimenta do passado para recriar e resignificar o velho, e assim acontece com o hipertexto. As linguagens, as formas narrativas e as experiências se complementam em busca de algo novo, acrescentam novos significados e formas de se obter uma mídia hipertextual.

Dentro deste contexto, pode-se usar a idéia do palimpsesto, ou seja, uma obra que surge da relação com outra através de uma transformação e reassimilação, sem apagar a anterior. É este o principio que podemos aplicar ao falar de hipermídia no meio eletrônico, no qual diversas janelas podem ser abertas e resignificadas sem alterar a original.

O papel do leitor torna-se indispensável para a efetivação do hipertexto como forma interativa, uma vez que este se torna co-autor ao escolher um dos caminhos a seguir dentro de um ramo de possibilidades apresentado em determinado meio hipermidiático, ele possui o papel de “produtor de significações”. Os acontecementos não são previsisiveis, é como um mapa a ser explorado e alterado pelo leitor, de acordo com seus interesses e vontades.

Mildredy Ventorin - 06004194

Oralidade, Escrita e Hipertexto

 

         A oralidade é, de fato, um dos meios de comunicação mais antigos que existem. Faz parte do instinto humano chamar a atenção por meio de barulho e gestos. A escrita se desenvolveu após a oralidade, e o hipertexto pode ser visto como um novo meio de comunicação, evolução da escrita juntamente a muitos outros sentidos. Um mínimo senso de orientação, por exemplo, é importante para se “fazer” um hipertexto.

         Aqui vai um mínimo resumo destas três formas de expressão, inventadas pela necessidade do homem de ser comunicar entre si.

         Oralidade: Imagina como deve ter sido a primeira conversa entre dois humanos. Imagina a necessidade de ter que transmitir um raciocínio pra outra pessoa, sem ter palavras que simbolizem o raciocínio?! A primeira reação deve ser apontar pra coisas, objetos, partes do corpo, que se relacionem com a necessidade do momento.. uma criança apontar para a barriga e choramingar, pra dizer que está com fome. A partir daí, já existe a oralidade. O corpo já é oral. O oralidade é simbólica, a fala transforma tudo em símbolo para passar pensamentos. A fala transforma tudo em palavras. Sendo assim, a oralidade é também narrativa, pois para haver dialogo e troca de idéias, é preciso haver um contexto, uma coerência envolvida, e também, é intersubjetiva, ou seja, se passa entre diversos sujeitos. Portanto, é retórica também, e dialógica.A oralidade é algo inusitado, instantâneo de certa forma. O que se falou, passou. É algo solto, mesmo quando se está presente da pessoa que falou. Não há autoria na oralidade, pois não há retenção de poder do que se foi falado. A fala permanece em nossa memória. Em culturas em que há muita cantoria em público, as canções, se inventadas espontaneamente, são consideradas autoria coletiva. Na oralidade, é o ancião quem apresenta cultura e experiência acumulada. A palavra do homem velho vale mais do que qualquer outra.

         Escrita: como “eternizar” o que a oralidade nos permite dizer? Escrevendo. Na escrita, os símbolos já passam a ser visuais, tipográficos, sendo assim, é mais rigorosa também. Há regras para se escrever, para que haja entendimento mútuo, é preciso haver coerência e coesão. Tanto é que analfabetos falam, se comunicam, mas não escrevem o que falam, portanto, ela é excludente. Para falar, basta ter cordas vocais, para escrever, é preciso muita preparação. Há também autoria na escrita, há obra na escrita. Aí, entram leis, contratos, documentos, regras. É preciso haver linearidade para que haja entendimento. E a memória passa a ser irrelevante, visto que o papel, o livro e a mídia servem como uma memória externa. Ao contrario da oralidade, ela é permanente. Ela não é momentânea. Palavra escritas tem um valor muito mais duradouro e forte do que a falada. Para se criar uma história, por exemplo, a escrita é efetiva. Aonde se pára de criar, pode-se  voltar a qualquer hora depois, do mesmo ponto em que se parou de escrever.

         Hipertexto: Não é linear que nem a escrita quando formada, criada. Há interconexões, múltiplos caminhos. No hipertexto, a questão de autoridade já volta a ser menos rígida. Ela desaparece, na verdade. O hipertexto é um conjunto de obras diversas. Mesmo tendo sido inventado antes do período eletro-eletrônico, é considerado virtual. O hipertexto pode criar ambientes, redes, corpos e mundos que não existem em dimensões reais. A noção de espaço é diferente, mais sensível, mais perceptível, e há interseção deste com outros. Assim, é possível imergir nestes mundos e, ainda, interagir neles. E mesmo não havendo linearidade, há diálogos no hipertexto. Há, de fato, vivência no hipertexto, mesmo que efêmera. Ele é logo esquecido. Tudo acontece muito rapidamente, inclusive seu fim.

 

Liana Mastrocola 06004178

sobre o outro

Diego Silva de Avila
06007198

Sobre o outro

O outro é na verdade a base da comunicação, para Helena Katz, por exemplo, “todo processo de comunicação pressupõe a existência da diferença. É preciso ser capaz de reconhecer um ‘outro’, existir algo que se destaque em um ambiente de iguais para que a comunicação se estabeleça. Mesmo as mais básicas das trocas de energia e/ou informação só acontece fora da homogeneidade plena" (KATZ, 2004).
Portanto o outro, além de possibilitar que a comunicação aconteça, cria um ambiente em que o próprio reconhecimento se dá.
Pois para que o "eu" se afirme, o outro deve reconhecê-lo como tal, sem essa relação (comunicação) não existe nem "eu" nem "outro"
Existe uma tendência dos coletivos, onde o "eu/parte" é reconhecido apenas no "grupo/todo", o que traz a questão da relação de amizade e inimizade, sendo que na primeira, por haver mais permissividade, o respeito tende a se perder, ou seja, a permissividade excessiva cria uma familiaridade entre as partes que tende a se tornar negativa. por outro lado, o relacionamento do inimigo se dá por falta de reconhecimento e, por não existir essa familiaridade, existe sempre um respeito, medo.
"Desde o começo da vida, todas as ações que guiam o reconhecimento desse outro, entre os humanos, são acompanhados do mesmo sentimento: medo. A comunicação se desenvolve a partir daí" (KATZ, 2004).
Assim, não só o reconhecimento gera uma situação de dependencia, quanto o medo.

KATZ, Helena; GREINER, Christine. O meio é a mensagem: porque o corpo é objeto da comunicação. In: Sigrid Nora. (Org.). Húmus. 1 ed. Caxias do Sul: Lorigraf, v. 1, p. 11-20, 2004.

Hegel, G. W. F. A – Independência e dependência da consciência de si: dominação e escravidão. In: Fenomenologia do Espírito. Parte I, 2ª edição. Tradução Paulo Meneses e Karl-Heinz Efken. Petrópolis: Vozes, 1992, pp. 126-134.

Informação e Sentido- Paulo Serra

Informação e Sentido

Paulo Serra

A “ sociedade da informação” possuem crenças onde tende a pensar que quanto mais informação, mais conhecimento, porém segundo Postman e Braudrillerd o excesso de conhecimento e informação levam ao seu decréscimo, ou seja quanto mais informação e mais acesso a ela o universo tente a cada vez mais perder os sentidos.

Com o surgimento da imprensa e do computador há uma explosão de informação, por tanto seguindo o raciocínio de Postman, há uma “ deflação do sentido” , e com todo esse excesso ao acesso a informação se torna cada vez mais difícil ter uma opinião própria, ao até mesmo de fazer uma escolha fundada.

Segundo Braudrillard a “ deflação do sentido” é causada pela mudança de natureza, de um regime clássico de representação para um novo regime de “ simulação”, ou seja quanto mais informação acabamos perdendo o sentido.

Os autores no texto estão criticando esse novo sistema criados por nós, isso porque ao criarmos os computadores e as redes de acesso a “informação” estamos criando máquinas de memórias onde são capazes de registrar, conservar e transmitir abundancias de sentido, porém esquecemos do principal, o conhecimento do sujeito e de sua própria capacidade de sua memória, ou seja segundo Braudrillard “ construímos uma memória artificial”.

O texto faz uma relação sobre memória segundo D’ Alembert que acredita na memória com uma “reflexão” da Razão e da Imaginação, em um raciocínio mais direto e “ um talento de criar imitando”. Uma “ reflexão, tomada no sentido mais alargado que se lhe possa dar, forma o carácter do espírito”, sendo contra aquilo que a imprensa e a escrita colocam sobre ela.

Segundo o texto há três problemas relevante a essa “memória artificial”, o primeiro é: nossas enciclopédias que esquecem dos conhecimentos e do desenvolvimentos do próprio, produzidos por nos já fortemente marcados nesse século, ou seja, fazendo com que as informações ali descritas se tornem desatualizadas, tentando fazer assim o papel da “memória” da sociedade.

O segundo problema é a “arquitectónico” em outras palavras o problema do mundo ser infinito, a que corresponder a infinitos conhecimentos. O terceiro problema é o da informação que merece ou não ser reunida para ser transmitida para nós, o que realmente deve durar em termos de memória para o homem.

O que nos torna cada vez mais difícil é fazer um seleção ou um mapeamento atualizado de recolher e selecionar as informações certas, crescente para qualquer cidadão. Com todo essa complexidade de informação se torna cada vez mais fácil sua disponibilidade, e sua acessibilidade mais problemática, uma civilização sem “educação completa.”

A cultura pede por uma informação mais imediata como a dos jornais, uma cultura de massa, porem todos esse meios de comunicação massivos nos fazem disfarçar o conhecimento e a ciência, só nos levam ao prazer imediato de saber por ter sabido, algo para “agradar e divertir” em vez de “ instruir e comover”.

Com o medo do esquecimento o homem está criando as enciclopédias virtuais uma “ hiper - memória” das Redes, ou seja um aperfeiçoamento das Enciclopédias reais. Isso tudo para criar um arquivo geral das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, a idéia de construir algo em um lugar de todos os tempos, uma organização do tempo num lugar que não se alteraria, uma “memória artificial” virtualizada.

Estamos criando um espécie de “ princípios organizativos” para organizar toda essa consulta a informação para todos os homens em todos os tempos, lugares e condições. Temos a ilusão de que nada será esquecido pela máquina, ela serve como uma garantia do não esquecimento. Uma luta da memória contra o esquecimento.

Por tanto a memória esta diretamente ligada a construção do sujeito, na questão da identidade individual, na interpretação, e na atribuição do sentido. E através do sentido e da memória juntos podemos agir.


Mariana Romano

06004188

Leituras do Hipertexto- Viagem ao Dicionário Kazar- Raquel Wandelli/ Mariana Romano

Leituras do Hipertexto

Viagem ao Dicionário Kazar - Raquel Wandelli

O hipertexto tem como significado ser um objeto cultural inserido no universo da prática artística e intelectual.

O conceito de hipertexto, que ainda está em processo de construção e concretização, têm suas primeiras aparições no passado, como por exemplo: Dom Quixote (XVI) escrito por Cervantes, já apresentava alguns recursos do hipertexto (“linguagem nova”), por meio da divisão de capítulos,dos prólogos, das linhas de apoio,do sumário...,que refletiu como provedor da desintegração de toda estética clássica juntamente com a “bela aparência da obra”, ou seja, os valores de unicidade, autenticidade e o poder de testemunho histórico, estavam sendo condenados.Por essa razão os textos não foram sendo vistos como algo concluído, mas sim como algo a ser interpretado, as palavras não eram só palavras e sim um conjunto de palavras, que firmariam opiniões e pontos de vistas.

Resumindo a nossa forma de enxergar e pensar na literatura e nos autores, sofreram mudanças como: A intertextualidade, a fragmentação do autor em diversas vozes e funções, a idéia do texto ter varias interpretações e pontos de vistas ( teorias da recepção), tendo como conseqüência uma nova formação ideológica do leitor, visto que ele deixava de ser mais um mero consumidor e passava a ser um formador de opinião.

O texto também passava por uma nova fase,por uma nova concepção, pois Deleuze e Guattari propuseram uma nova ideologia comparando a “nova escrita” com um Rizoma (um crescimento orgânico caótico, interceptado e ramificado pelo meio, onde todos seus extremos funcionam como porta de entrada e mantêm entre si uma comunicação),tendo seus princípios como: a Multiplicidade, onde o todo é uma pluralidade,a Heterogeneidade, ou seja, a diversidade de linguagens verbais e não-verbais, a Ruptura assignificante, segundo esse principio o texto pode se desfragmentar em qualquer ponto e se fragmentar em outro ponto qualquer, a Interconectividade, a Cartografia, a idéia de que o texto tem linhas que podem se movimentar e não necessariamente serem fixas, e a Decalcomania, principio que afirma que a obra não é uma imagem ,ou que a mesma copia o mundo.

Tendo suas bases bem complexas e conflitantes, surge o hipertexto (em meio a um contexto histórico e literário),como disse Kazar: “Cria todo o universo a partir de si mesmo, depois o engole e mastiga tudo que é velho, cuspindo um mundo rejuvenescido”.

Theodor Nelson, considerado o inventor do termo hipertexto, o caracterizou como uma forma de escrita associativa e não-seqüencial.Hipertexto, segundo uma visão pode significar um texto que vai além dele mesmo, ou seja é muito mais do que apenas um monte de palavras, linhas escritas, e segundo Lêvy: É um conjunto ligados por conexões, onde os nós podem ser palavras,imagens,seqüências sonoras,gráficos,entre outros...Os itens de informação não são ligados diretamente, e muitas vezes são ligados de maneiras complexas não muito claras, e navegar por um hipertexto pode ser tão complexos como suas ligações, ou seja, a definição de hipertexto é um assunto com varias vertentes e pontos de vista.

Hipertexto ou hiperficção é uma maneira diferente de escrever, pois não tem um formato linear, muitas vezes impõe uma hierarquia ao pensamento, desorganizando a nossa consciência, como mostra a teoria do caos e da oralidade.

Algumas de suas característica são: O principio de escolha de percurso, o emprego de linguagens e recursos múltiplos (prosa,fotografias,poesia...), a propensão de ver sua palavra mais como um ícone do que uma unidade semântica, quebra de linearidade, possibilidade de produzir movimento e variabilidade com a linguagem escrita, ou seja, a multilinearidade ou a multiplicidade de percursos.

O diálogo entre o velho –novo e o novo-velho, surgiu de um passado onde houveram mudanças apoiadas nos processos culturais, visto que, as mesmas não surgiram do nada, tendo razoes para que se concretizassem, lembrando o pensamento do Kazar que propõe um entendimento de trás para a frente, que começa no meio, ou seja, é preciso ver o passado para compreender o presente e planejar o futuro.

Mariana Romano

06004188

Cultura e Tecnologia

O homem, com todas as suas dúvidas e transcendências, constrói suas culturas, estas, que comandam e dão força a sua vida, igual ou senão maior do que seu próprio ambiente físico e natural. Este amplo campo da cultura recebe contribuições e descobertas de cada indivíduo, de cada grupo social, de cada época e passando de geração a geração, assim é que a cultura se organiza como um sistema comunicativo.
Em vista de que nós, hoje, vivemos em um mundo globalizado, onde a tecnologia vem alterando nossa visão de mundo e de nossos modos de vida, acabamos por aceitar essa tecnologia como próprias condições de nosso desenvolvimento, tanto mental, como material. O homem acaba ficando submisso, cego e dependente desse processo. A cultura humana, então, acaba sendo conseqüência desse desenvolvimento tecnológico, sendo que hoje, falar de tecnologia é falar de mudanças culturais. E Nada é inteiramente novo, todas as nossas produções são resultado do que já veio antes. É como na obra de qualquer autor, como diz Julia Kristeva, uma obra é recriada sobre a outra.
A cultura, é o esforço do homem para manter o controle da vida, mas, perdemos o controle no processo de cultura. É só analisar a internet, por exemplo, uma rede onde milhões de informações são trocadas a cada minuto sem que haja nenhum controle. Talvez esteja ocorrendo uma mudança no conceito de cultura.
Quanto mais se aperfeiçoam os recursos, as técnicas e as possibilidades que o homem tem de se comunicar com o mundo, mais ele consegue se “incomunicar”. No excesso de informação, no excesso de tecnologia, no excesso de tempo e no tempo dos excessos. É como quando Walter Beijamim fala sobre as obras de arte em seu ensaio “A obra de arte e sua reprodutibilidade técnica” onde ele nos atenta que as novas técnicas de reprodução estão quebrando os padrões da estética clássica da obra. Não que a arte morra com esses aparatos de reprodução, mais estariam abalando os processos artísticos e criativos.
Uma criança nascida no século XXI, por exemplo, tem um conceito de fotografia totalmente diferente. É como se banalizasse, pois ela tira e apaga quantas vezes quiser, sem lhe custar nada. De repente essa criança não para prestar atenção na foto em que está tirando, no enquadramento, na luz, ou no conteúdo. Se ficar ruim, ela simplesmente apaga e tira outra.
Foi Vilém Flusser quem descreveu o processo de perda crescente das três dimensões do espaço de comunicação do homem, que começou a se comunicar por imagens, composta por duas dimensões, depois para a escrita, com apenas uma, e por fim a comunicação digital, com nenhuma dimensão. Agora, a partir desse universo sem dimensões, o homem começa a construir virtualmente outras.
A cultura oral nos possibilita escolhas, nos da liberdade de criação e de expressão e é uma das responsáveis pela construção da identidade cultural dos nossos tempos. Já a cultura escrita, nos faz pensar de uma forma mais limitada. É como um ciclo vicioso, cheio de padrões. Nos impedindo de ir além do já existente.
Em primeiro lugar está o homem, depois, tudo aquilo que é produção dele (cultura, máquina, universo simbólico), que é uma segunda realidade, onde toda a articulação do homem está no mundo simbólico. O homem, é o único capaz de projetar, antecipar o futuro e esse futuro construído, é um universo simbólico, que está inserido dentro da cultura. O passado é um olhar, e o futuro uma construção.
A tecnologia é um projeto que da segurança aos indivíduos, ela foi feita para se acreditar que o mundo futuro será melhor, ou seja, concebemos a favor das máquinas como se elas fossem resolver todos os nossos problemas, e por isso, acabamos por ser dependente delas, o tempo, é o principal item regulador desse processo, vivemos no tempo das máquinas. Estamos cortando nossos vínculos com os outros indivíduos e conosco mesmos.

aula sobre definição de hipertexto em 11/03/2009

Dentre as principais características que definem o hipertexto está a forma de escrita não linear, ou seja, assimética. Independente do suporte onde vemos o texto, podemos encontrar exemplos de não linearidade, se na hipermídia temos os links, nós hipertextuais, em um livro temos as notas de rodapé que dão a opção do leitor ler outros conteúdos que fogem da linearidade do texto corrido.
A idéia de co-autoria é um outro diferencial do hipertexto. Neste caso citamos o wikipedia como exemplo mais simples, onde todos podem inserir conteudos, editar os existentes ou simplesmente avaliar o que está no ar. É como um palinpsexto, um texto que é feito para ser reescrito, colado sobre outro, reaproveitado, onde ao apagar e reescrever por cima, os ruídos fazem parte do material.
Esta intreratividade, que da autonomia de escolher como, quando e em que ordem ver os conteudos que já existem, criar novos conteudos ou alterar os que já exitem fazem do hipertexto uma experiência imerssiva. Mas deve-se tomar muito cuidado com este conceito de interatividade.
Interatividade e interação são coisas diferentes, para que haja interatividade, a interação é fundamental, mas nem sempre que há interação há interatividade. O que as diferencia pode ser mais facilmente compreendida a partir do exemplo de um videogame. Não há interatividade neste caso, pois as repostas do jogo foram pré estabelecidas a uma gama de possibilidades de ações previstas pelo interator, então temos um caso de interação, pois o game não pode responder a uma ação inusitada do jogador. A relação de interatividade deve haver uma cumplicidade, um outro exemplo: quando conversamos com alguém que não esta prestando atenção e responde de forma mecânica, apesar de haver ação e reação de ambas as partes, se não há cumplicidade, trata-se meramente de uma interação.
O hipertexto trabalha muito com a idéia de multiplissidade, visto a quantidade de possibilidades que os nós hipertextuais proporcionam uma vez que a "malha" multiplica-se (um link com n opções que por sua vez, tem mais n opções). E esta quantidade de opções está diretamente relacionada a diverssidade.
O Hipertexto é intextual, por exemplo, um texto sempre esta dentro de um outro texto que se refere a um outro texto, este é mais um dos efeitos causados pelos links, assim como a transtextualidade que é um texto que se articula como um arquétipo em um outro texo (referências), quando ele transcente a um tempo histórico. Um exemplo está no filme Amores Brutos, de Alejandro González Iñárritu, onde em apenas um momento as várias histórias que contém na trama se fundem em um ponto em comum, um acidente.

Cecília Brandão - 06006650

Corpo

A consciência-de-si mesmo para si, é de você para você quando é uma outra. Em sala foi colocada a questão de se reconhecer no espelho. A imagem que está lá é a pessoa física e não quem ela é de verdade (não há essência), ela só se reconhece quando está com os seus demais (iguais). Ou seja, ela apenas vê o que está no espelho e não quem ela realmente é.

A partir desse ponto é possível analisar o corpo no espaço (tanto físico, como mental) em que ele se insere, se orienta, se apresenta e se reconhece. Porém há outra questão, o corpo deverá caber naquilo que foi ou não feito para ele, um exemplo, procuramos emagrecer para caber em determinadas roupas e não porque queremos ou devemos (pela saúde), mas sim para se encaixar em um determinado grupo.

Num caso parecido, o corpo tem que seguir "padrões" sociais impostos para se encaixar em determinados grupos e então ser aceito como parte dele e se aceitar como essência. Fora desse parâmetro de beleza o indivíduo se anula como corpo e como essência, transformando todos seus desejos e vontades nulos. O que importa é ser como o outro corpo que não é seu.

No texto de Hegel, ele aponta a pura essência de ser-para-si, quando põe a vida em risco, se libera (conquista). Mas o indivíduo que não se arrisca pode ser reconhecido como pessoa (indivíduo-corpo), e não como consciência-de-si independente. Partindo desse princípio ele se torna o ser-Outro.

Daniella Pecora 06006225

O hipertexto ( Mensagens , informações e formação)

Nos dias atuais temos tido a impressão vinda de todos os lados que o hipertexto é a grande solução, para o mundo da informação e das mensagens, ele consegue nos dar um leque de informações , fazendo com que nos possamos alcança –las de forma rápida objetiva e sempre nos dando uma amplitude. O Hipertexto é aquilo que liga , aquilo que vai criar sentido , essa concepção de hipertexto é algo comum mas precisamos compreender o hipertexto como possibilidades maior de acessar informações assim nos possibilitando nos formar . Neste sentido vale a pena abordar sobre o que vem a ser informação , informação vem de passar algo , passar algo formatado , então é importante que não nos iludamos com as informações, que não as encaremos como verdades absolutas e pensamentos únicos e exclusivos, as informações são permeadas por caráter ideológico e que cumpre um papel dentro da sociedade, temos que olhar as informações como algo que podemos absorver não tudo mas alguma coisa e a partir disso buscar nas outras informações, assim buscando um processo continuo de formação , pois a junção dessas informações e das mensagens, mas nossos pensamentos críticos em cima delas fará com que formulemos nossos pensamentos e assim nos formemos.

Assim podemos notar que o hipertexto e permeado por informações , ele tem a intenção de ser algo inovador que transcende as barreiras da escrita e das imagens ele é a junção de tudo, é algo que consegue acoplar tudo e um só instrumento. Mas a maior sacada que podemos ter do hipertexto são alem das possibilidades que ele nos proporciona e não enxerga-ló como a solução para tudo pois o hipertexto em si acaba criando um esvaziamento das mensagens, pois este leque de informações ao mesmo tempo que nos proporciona, conhecimentos e facilidades nos proporciona um vazio, o hipertexto é ilusório ao mesmo tempo que se propõem a conectar no sentido de síntese ele nos promove um esvaziamento devido a sua complexidade , o hipertexto tem uma dimensão quase que religiosa de ser o novo espaço que resolve tudo que nos da todas as possibilidades, possíveis e impossíveis , mas é ai que se encontra a complexidade o hipertexto não é sintético ele é abstrato, tende a imitar a realidade que não é nada sintética .
Podemos então notar que devemos encarar o hipertexto não de forma, ilusória como tem sido encarado mas sim de uma forma a perceber qual seu papel sem se iludir com ele, temos que ter uma postura crítica sempre a tudo aquilo que se propõem a ser a solução, pois nada será a solução vivemos em um mundo dialético onde a solução de hoje, pode não servir e não ser mais a solução do amanhã, assim devemos conseguir transcender as barreiras pré estabelecidas pelo hipertexto observando sua contribuição e suas limitações , pois assim se da o processo de formação que diferes simplesmente da informação ou mensagem formatada tão presente no hipertexto.
É valido ressaltar que o hipertexto tenta imitar o corpo humano, tentando se aproximar do que significa o corpo; o corpo é algo mais próximo e o hipertexto tenta funcionar como ele, até nas complexidades que estão presentes no corpo, ele tem presente nele .
Assim podemos concluir que o hipertexto é abstrato e não sintético e que ele não é a maravilha que se propõem a ser.

Ailton Pinheiro Junior

"O passado rejuvenescido"

Sobre “O passado rejuvenescido”

 

         Há uma grande semelhança entre a transição “passado-presente” ao qual a autora Raquel Wandelli se refere em seu texto, e a transição do Período Industrial Mecânico para o Período Industrial Eletro-Eletrônico, que vai de 1945 até hoje. A era eletrônica está se estruturando em um ambiente já carregado de traços culturais fundidos ao longo do tempo. Assim, tudo de novo que criamos e produzimos está infestado de tais traços. Nada é de fato novo, são tudo versões atualizadas e cruzadas entre conhecimento, cultura, passado e contemporaneidade. O que chamamos de novas culturas, as que foram criadas a pouco tempo, é isso: Uma intersecção de tudo o que foi deixado pelos que já passaram por aqui.

         O que esta sendo criado no Período eletro-eletrônico foi criado já no Período Industrial Mecânico e já também no Período Pré-Industrial, mas a influência do eletrônico muda tudo, aparentemente. A maioria das pessoas conecta o hipertexto ao computador. E com certeza, há milhares de obras produzidas agora que devem ser consideradas inovadoras e frescas, mas são na verdade cópias modernizadas de obras criadas a um século atrás. O eletrônico traz, além de tudo, a divulgação, a epidemia de informação. Minha geração, pelos menos, não conheceria tantas obras interessantes se não fosse a internet. Generalizando, passamos facilmente mais tempo na frente do computador do que na frente de um livro ou dentro de um museu. O hipertexto que nós conhecemos é o hipertexto da internet. Tanto é que no Dicionário Aurélio Eletrônico- Século XXI, o 2o significado da palavra “interatividade” é estritamente direcionado à tecnologia: Capacidade (de um equipamento, sistema de comunicação ou de computação, etc.) de interagir ou permitir interação.”.

         Sendo assim, hoje em dia há mais uma co-autoria do que autoria. Nada é 100% inovador; o descobrimento já acabou, o que acontece é uma aprimoração do que descobrimos, de acordo com as novas “necessidades” que vem surgindo. É o que acontece com as obras. Reciclam-se as obras, por meios de citação, tradução e comentário. Ao citar uma outra obra, o autor (ou melhor, co-autor) está incluindo-a em sua própria obra, mas adaptando-a a novos significados, de acordo com o contexto de sua própria obra. Ele está usando-a como referência. A tradução é o modo como o co-autor vai simbolizar o valor da obra original em sua própria, inserindo, neste valor, conhecimento e significado próprio. A obra original adaptada à obra “atual”. Por último, o comentário é o que há de “novo”, inserido na citação e na tradução, pelo co-autor. É a introdução de informação ao original, para assim se concretizar uma nova obra. Com a chegada de computadores e equipamentos adicionais, tudo o que foi criado através destes tinha um caráter fortemente inaugural, mesmo não sendo. Mais o fato da banalização da informação, que é uma característica sempre agregada à web, faz com que tais obras criadas pelos agora chamados de co-autores, sejam eternamente expostas neste infinito e quase que gratuito museu ambulante, que se chama internet.

 

 

 

Liana Mastrocola    06004178

A Oralidade , a Escrita , Cor e as Imagens, informação e Mídia

Nos dias atuais temos visto um grande debate em torno da Oralidade x Escrita, existem pessoas que dizem que um é mais importante que o outro. Algumas chegam a afirmar que a sociedade não poderia se sustentar sem a escrita, que a partir do momento em que o Homem consegue inventar a escrita e o ato de registrar, ele da um salto de qualidade na sua relação com a história do Mundo, passa a ter através da escrita uma “continuidade” na história ou como poderíamos afirmar passa a registrar; ao mesmo tempo temos a oralidade também como algo essencial de contribuição na humanidade, alguns chegam a dizer que na oralidade não podemos ter o registro real do que ocorreu, mas ao mesmo tempo podemos observar que na escrita também não conseguimos chegar a este êxito, pois quem escreve ou registra algo sempre, está colocando seu ponto de vista nada é puro e simplesmente, ilustrativo.
A Oralidade no contexto da social sempre esteve presente na humanidade, desde a origem dos povos, na cultura africana os ensinamentos são passados de geração a geração através da oralidade, podemos notar que há nisso uma conservação das histórias e das culturas .
Assim é importante dizer que tanto a oralidade, quanto a escrita cumpre um papel bastante importante, na sociedade, É importante ressaltar que e existe um falso mito em cima da escrita e oralidade , tentando colocar uma concorrência entre estes dois mecanismos de formação e informação, tanto a oralidade quanto a escrita são necessárias em nossas vidas, entre tanto precisamos observar o meio que vivemos e saber aplica-lás quando necessário .
Há também um mito entre as escrita e as imagens, muitas pessoas tendem a dizer que as imagens são associações com o imaginamento e a escrita sempre quer retratar algo real, mas ao menos tempo observamos que tanto a escrita pode ser imaginária quanto as imagens podem ser reais, a imagem é uma associação ao que se quer contar e a escrita também, as duas são formas ilustrativas de se contar algo ou passar uma informação, observamos que no meio disso tudo da escrita, das imagens da oralidade há algo que transita com forte intenção de passar um contexto, ou explicar algo , este algo é a informação . Informação vem de informar ,de passar algo já formatado, podemos notar que nos dias de hoje vivemos em um mundo recheado e informações onde as pessoas sente –se em uma grande ilusão que detém ou estão sendo formadas através de informações .
É necessário que encaremos as informações de outra forma, não como as encaramos como verdades absolutas, que chegam a mudar vidas, mas informações devem ser encardas como mero, relato do acontecimento que esta longe de retratar o real e sim comentar do ponto de vista de alguém o fato ocorrido , e extremamente importante que tenhamos uma posição crítica as informações que são dadas em todos os lugares, notamos que a grande imprensa em especial a televisão tende a passar uma verdade única sobre os fatos, fazendo com que as pessoas acreditem que o que ocorreu em determinada situação é o que está sendo informado, como se aquilo fosse verdade absoluta, mas é necessário criarmos um senso crítico em relação as informações, podemos ter informações de todos os lados mas nenhuma, informação é simplesmente pura, um mero fato, ela é sempre carregada de opiniões e concepções políticas que querem colocar seu pensamento ideológico na sociedade de alguma forma.
Podemos notar nas informações que tanto a escrita, quanto as imagens e a oralidade cumpre papeis fundamentais em tornar cada vez mais a mensagem formatada em realidade, um bom texto argumentativo, juntado ao uma serie de imagens ilustrativas, fazem combinação perfeita para afirmar o que estão sendo colocado por uma informação. A oralidade cumpre o papel de reafirmar a informação passada, então podemos observar que uma contribui com a outra mas todas na verdade se estamos falando de informação, acabam contribuindo para divulgação de um pensamento ideológico e político .
Podemos observar que a cor dentro de todo este processo cumpre também uma papel fundamental, pois nela esta internalizado mensagens subliminares que acabam invadindo nosso inconsciente, através do papel sedutor que a cor cumpre, este papel sedutor que falo é o poder de reforçar a informação passada e reafirmar no inconsciente humano aquilo ; a cor consegue transcender algumas barreiras internalizando através de um processo associativo no inconsciente humano. Assim se faz necessário abordar que as imagens através das cores e de seu papel ilustrativo, conseguem influenciar muita coisa na sociedade. A mídia nos dias de hoje é o mecanismo de mediação das mensagens das informações e em junção a todas estas características forma um par perfeito para alcançar o objetivo proposto pela mensagem ou informação.
Precisamos olhar para tudo o que foi abordado acima de forma, critica a perceber que sempre tem algo ideológico e político por de traz querendo nos absorver ou nos convencer, então temos que olhar de forma crítica a absorvendo as coisas que nos são úteis e importantes e a partir disso da junção dessas coisas começarmos a formar nossa opinião sobre as coisas, assim iremos dar um salto de qualidade em nossas atitudes diárias e em nossa convivência com a sociedade.


Ailton Pinheiro Junior
0500 6322

Independência e dependência da consciência-de-si: dominação e escravidão

Neste texto o autor nos mostra o quanto a maior parte dos seres humanos não possuem relações autônomas, ou seja, dependem das outras pessoas para compreender as própias características. O homem que vive em sociedade assim o faz pois precisa de um outro para se conhecer, observando no outro traços que percebe em comum ou exclui de si.
A relação de dominação e escravidão se dá por causa desta dependencia do outro para se reconhecer. Partindo deste pressuposto só haverá liberdade quando uma conciência de si para si livre, é reconhecida por uma outra também, de si para si livre. Caso não aconteça esta relação, ou seja, um indivíduo livre não seja reconhecido pelo outro, também livre, como livre, ou quando um indivíduo afirma ser livre e o restando do grupo em que ele esta inserido não reconhece esta liberdade ocorre uma submissão do indivíduo ou uma tentativa de dominação por parte dele em relação ao grupo.
A princípio a consciência de si-para-si é contruida com base na exclusão da consciência-de-si do outro tornando-se pura, pois feita esta exclusão o que resta é uma consciência-de-si essencial, porém esta negação acaba por matar a consciência-de-si do outro em si.
O que ocorre é o compartilhamento des consciênciencias. Um exemplo disto é o relacionamento. Quando duas pessoas se relacionam elas acabam por "roubar" para si partes da consciência-de-si do outro, isso resulta na morte de algumas partes da consciência-de-si de ambos, visto que ambos tomam para si características do outro. Quando há o rompimento da relação e consequentemente a separação destes seres, a parte da consciência-de-si do outro e no outro morre e deverá ser reconstruida através da relação com outras pessoas.

cecília Brandão - 06006650

Relendo o hipertexto

Diego Silva de Avila
06007198

Raquel Wandelli, em Leituras do Hipertexto, parte da idéia de que todos os nossos gestos foram ensaiados, ou seja, de que são os acontecimentos do passado que estruturam o presente.
Sabe-se que é da recriação que emerge o novo, o passado, portanto, é a única matéria prima do presente e, por isso, sua reutilização é uma constante.
Tendo em vista de que nada parte do zero, percebe-se que “as teorias sobre o hipertexto constituídas nas últimas décadas nascem como tribulárias e corolárias das reflexões estruturalistas e pós-estruturalistas sobre o texto que se vinham acumulando e sedimentando no final do último século” (WANDELLI, 2003: 23).
Para a autora, a noção de hipertexto está em pleno processo de construção e, por isso, não se pode classificá-la aqui ou ali. O hipertexto é hoje mais uma forma de escrita do que um conceito fechado.
Hipertexto seria, a priori, uma teoria que converge muitas outras, além, é claro, de uma prototeoria – uma teoria em construção. Partindo de duas idéias, do aparato hipertextual – computador – e de um processo hipertextual de escrita, ou seja, uma tecnologia e uma técnica, que não necessariamente precisam uma da outra para se realizarem como hipertexto.
Lembrando da idéia de que a produção do novo se dá a partir de uma resignificação do velho, surge uma dúvida, “existe um objeto específico a que chamamos hipertexto ou uma forma hipertextual de leitura?” (WANDELLI, 2003: 24).
Assim, não se sabe se o hipertexto incorporou velhas teorias ou criou novas formas de leitura – pessoalmente, acreditamos que as duas questões podem ser respondidas afirmativamente, pois o processo hipertextual acontece de forma antropofágica, com incorporação e resignificação de teorias.
As principais características do processo hipertextual são: a escrita em teia, a conexão, a quebra de linearidade e a variedade de recursos gráficos que, para os estudantes e teóricos da área não se fazem necessárias maiores explicações, basta nos atermos a idéia de que esses elementos são resultados uns dos outros, assim como o próprio processo do hipertexto
Mais adiante perceberemos que nenhuma, mas realmente nenhuma, dessas características surgem com o computador. Com muitos exemplos a autora comprova que as características do hipertexto são apenas revisitas tecnológicas a conceitos antes formulados analogicamente, como Dom Quixote, que fragmentava a história com paratextos, que descentralizavam a leitura, ou os trabalhos de James joyce (1922), Julio cortazar (1966) e Italo calvino (1976)
Pode-se pensar que a função do hipertexto é a de, com seus recursos, trazer consciência de volta a leitura, pois quando nos acostumamos com uma técnica, tendemos a faze-la inconscientemente.
Sendo assim, a autora conclui que não existem datas ou cronologias para o processo hipertextual, pois este foi inserido em varias comunidades separadas pelo tempo e pelo espaço e é, por isso, um conjunto de muitos elementos em processo de organização.

DA OBRA CANONICA AO HIPERTEXTO

“Tout text se construit comme mosaic de citation”
(Kristeva apud Wandelli, 2003: 28)

Dentro da “teoria” do hipertexto, o texto se tornaria um processo e não um produto. Ou seja, o texto é um estado e é sempre aberto a mudança, a novas significações, ao contrário daquela velha visão de texto, que dizia que o mesmo estava pronto e acabado.
O leitor agora é visto, com das teorias da recepção é ele que atribui sentido, e é o produtor do significado. Sem ele não existe nem texto, muito menos hipertexto.
Genette define hipertexto como o objeto que surge da relação que este manteve com outro, a partir de transformação, imitação, paródia ou pastiche
A nossa forma de pensar e ver sofreu um processo de desdogmatização, e isso se deu por alguns motivos, destacando-se:

• A teoria da intertextualidade – coexistência de obras
• A descentralização do escritor ou a fragmentação do autor
• A idéia de texto como processo e não produto
• A teoria da recepção e a idéia do leitor produtor de significados

Deleuze e Guatarri introduzem o conceito do Rizoma, contrario a idéia de hierarquia, pois de um centro surgem ramificações para todos os lados e qualquer um desses lados podem se tornar um outro centro que, por sua vez, se ramifica.
“Rizoma é um crescimento orgânico caótico, interceptado e ramificado pelo meio, de forma que todos os extremos, funcionando como pontos de entrada, mantém entre si uma comunicação em rede” (WANDELLI, 2003: 31)
A teoria do hipertexto nasce dentro do cenário da complexidade que vive-se desde meados do século XX e, por isso, as conexões podem ser inseridas nas teorias.
O memex, idéia-pai do google, foi criado para organizar as técnicas de armazenamento humanas, onde o seu criador, Vannevar bush, partiu do princípio de que a mente opera por associações. Existiriam, assim, trilhas de interesse, que se cruzariam ou se distanciariam de acordo com a interface das coisas organizadas. Se o pensamento é associativo, ler e escrever também deveriam ser.
Assim, o hipertexto seria então um texto que vai alem do texto. “Na verdade, o hipertexto redefine o livro de um modo que incorpora tanto a forma linear quanto a não-linear. Todo texto, por mais fragmentado que seja, retém sempre algum grau de seqüencialidade, alguma dimensão mínima ou granularidade” (WANDELLI, 2003: 35). Pois existe ordem no caos e vice-versa. O que não existe mais, é uma previsibilidade.
“À medida que passa a euforia da novidade, começa-se a perceber que o hipertexto não se restringe a um aparato eletrônico, mas a um processo de escrita reticulada” (WANDELLI, 2003: 37).
O impresso também é resignificado, conforme proposto por McLuhan em o meio é a mensagem, pois toda nova mídia realoca as anteriores.
A forma de escrever mudou e não técnicas e tecnologias novas apareceram misteriosamente. Para a autora, a técnica não determina o modo de escrita.
Por fim, Levy define que o hipertexto “é um conjunto de nós ligados por conexões […] os itens de informação não são ligados linearmente, como em uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo reticular. Navegar em um hipertexto significa desenhar um percurso em uma rede […]” (Levy, apud Wandelli, 2003: 39)
Logo, a hipertextualidade é uma potência – que pode ou não ser ativada. E, se ativada, uma base de dados cria o rumo que pode ser percorrido de formas diversas, dependendo de seu próprio grau de complexidade. E é “na ausência de um todo aparente e pré-organizado, o leitor vê-se obrigado a arregaçar as mangas e traçar seu caminho em uma floresta escura” (WANDELLI, 2003: 41).

WANDELLI, Raquel. Leituras do hipertexto: viagem ao dicionário kazar. Florianópolis, UFSC: 2003.

"Leituras do Hipertexto" de Raquel Wandelli

A idéia de hipertexto ainda está em processo de construção, sendo pensada de maneira sedimentada pelos que acreditam que ela funcione apenas em meios eletrônicos (computadores). O uso desgovernado da tecnologia fragmenta todos os tipos de lembranças causando uma despreocupação com a troca de informações, e como a autora propõe as idéias não são originais, são idéias passadas que procuramos sempre reciclá-las.

A teoria do hipertexto: "emergência do novo no antigo" não apaga as outras formas de comunicação, mas reassimila e as transformam. Assim como exemplificado em sala: a oralidade, a escrita e a informática são fundamentais para a questão do conhecimento. Elas não se substituem, se complementam. Essa é a ideia do hipertexto, acrescentar mais significados que remetem a outras palavras e/ou questões. Exemplo disso Bush e Theodor Nelson (criador do termo hipertexto), o pensamento é associativo, ler e escrever também.
O leitor se torna co-autor quando a obra exige dele a interatividade para formar um sentido, (re)inventar e concluir a proposta feita pelo autor, transformando-o em autor de sua própria interação com o objeto.

A interatividade não existe apenas com o computador, acabamos esquecendo das relações pessoais e as transferimos para o meio tecnológico. Por exemplo, sites de relacionamentos, são extremamente criticados por tornarem o valor intrapessoal mais escasso, porém esse não é o ponto em que quero chegar, e sim da interatividade nas obras literárias, pois há possibilita a alteração, modificação. O leitor vira o co-autor da história, um exemplo é o trabalho feito por Raymond Queneau com a obra Cent Mille Milliards de Poèmes (1961) que buscou uma estrutura aleatória aos que os leitores estavam acostumados, cabendo a eles escolher os tipos de sonetos que querem ler, criando multilinearidade, ou seja, possibilidade de escolha das variantes.

Outro exemplo citado no texto por Rachel W. é o livro de Cervantes "Dom Quixote" (1605), em que o autor "fragmenta o livro em capítulos, subtítulos, prólogos, linhas de apoio, sumário, dedicatórias e paratextos" (pg. 24), mapeando e descentralizando a narrativa sequencial. A mesma idéia surge com o palíndromo, em que a história não precisa ser contada de forma linear ou do começo ao fim, cria uma alternativa que é proposta ao espectador, reversa a linearidade. Por fim, a frase de Rachel propõe um entendimento maior ao contexto do hipertexto:

"o hipertexto é um objeto cultural, perfeitamente inserido em um conjunto de práticas artísticas e intelectuais. Está ligado à própria forma de narrar e pensar o mundo" (pg. 27).

Daniella Pecora 06006225

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Reflexão sobre o texto: Informação e Sentido

Os iluministas crêem que o conhecimento emancipa a pessoa, isso é, uma pessoa bem informada tem um conhecimento abrangente. Postman e Baudrillard, no entanto, são autores que colocam esta afirmação como não sendo a realidade, acreditam que o acréscimo de informação conduz ao decréscimo – Baudrillard diz: "estamos num universo em que existe cada vez mais informação e cada vez menos sentido”, em que "à "inflação da informação"corresponde uma "deflação do sentido". Postman e Baudrillard chegaram a uma mesma conclusão, mas cada um tem a sua maneira de ver este assunto. Postman, acredita que a "deflação do sentido” deve-se,
essencialmente, ao fato de a "explosão da informação " (que, iniciada com a imprensa, atinge o seu auge com o computador), originando um mundo cada vez mais "improvável”- um mundo em que as verdades, valores e normas se multiplicam até o infinito, tornando impossível qualquer escolha fundada e conduz a uma desorientação existencial cada vez mais acentuada.
Baudrillard, afirma que a deflação do sentido, coloca-se, sobretudo, a partir da mudança do que se estabeleceu no regime clássico da representação, isso é, a trilogia: representante, representado e médium e passou-se a não mais distingui-los como tal. Pela conclusão de ambos, será abordado o tema Informação e Sentido, tomando como inicio o tema “Memória”. Primeiramente, porque o mito da informação vem concentrar-se no conhecimento e na memória daquele que a recebe e na construção do sentido desta informação. Hoje, no entanto, os teóricos deste assunto,
acreditam que o computador é uma máquina de memória que permite a realização do sonho de registrar, conservar e transmitir tudo que foi memorizado e ter um vasto sentido. A construção da memória a partir de uma informação envolve várias contradições.
Jorge Luís Borges, vê como uma tentativa de controlar, simultaneamente, o espaço e o tempo, por exemplo, o fato histórico acontecido no século III AC, quando o imperador chinês Shih Huang Ti que, se cognominou "O Primeiro", ordenou, que se queimassem todos os livros que mencionassem os imperadores que existiram antes dele, e determinou a construção da Muralha da China. Imune a corrupção, com algumas palavras alterou a realidade e reconstituiu o mundo a sua maneira. Proibiu que se falassem a palavra morte e que procurassem o elixir da imortalidade, confinou-se num Palácio cujas portas somassem o número de dias do ano e seu nome Huang-Ti, tomou de um antecessor que os chineses dizem ter inventado a escrita e também a bússola. O ato de ordenar a queima dos livros, é uma maneira de se apagar da memória a vida dos homens da época; sobre uma memória antiga tirou seu nome e construiu uma nova memória e um novo sentido e acabou por determinar uma outra história. Destruiu uma memória e construiu uma nova. Por isso, os iluministas Diderot e D’Alembert, que fizeram a enciclopédia, são ora citados. Afinal, independentemente serem ambos, pessoas com boas intenções, pois o projeto de uma Enciclopédia foi feita a partir de boas intenções, tem a finalidade de destruir uma memória para substituí-la por outra constituída pelos conhecimentos essenciais da ciência, das artes e dos ofícios, fatores que determinam uma sociedade supostamente mais racional e humana.
Em relação à questão da origem do conhecimento, D’Alembert afirma, no "Discurso preliminar", que os conhecimentos humanos podem dividir-se em:
- conhecimentos diretos (ou sensações), que recebemos de forma passiva (são, diz ele, conhecimentos que "recebemos imediatamente, sem nenhuma operação da nossa vontade; que encontrando abertas, por assim dizer, todas as portas da nossa alma, nela entram sem resistência e sem esforço");
- conhecimentos reflexos, que resultam de uma operação (de unificação e de combinação) do espírito sobre os conhecimentos diretos.
A ordenação enciclopédica dos conhecimentos tem como princípio três faculdades humanas fundamentais: Memória, História e Razão.
A Enciclopédia para ser simultaneamente sintética, completa e atualizada, obriga a uma alteração constante e permanente. Há também que se colocar as idéias e pensamentos de pessoas que discutem um determinado tema, e esta possibilidade pode chegar a ser infinita, já que pode haver vários caminhos para se chegar a um determinado ponto.
Já a Enciclopédia Virtual é constituída de uma Hiper Memória. A Internet realiza de forma bem mais perfeita que a Enciclopédia, toda a alteração necessária e permite que se tenha conhecimento, também das diversas visões pessoais sobre o mesmo tema. A modernidade nos deu um arquivo geral. Entretanto, os instrumentos de pesquisa, mesmo que seja sempre aperfeiçoado, tem dificuldades para acompanhar o volume de informação, gerando informações irrelevantes que se tornam um lixo, uma informação irrelevante e o que é realmente necessário para a informação em si, tornam-se um item que deverá ser procurado site por site. Então, conclui-se que a Internet também não é perfeita. Na verdade a informação só tem utilidade para quem está informado, do contrário de nada serve. Para selecionar um site que permita a informação precisa, é obrigatório saber qual deles lhe servirá. Portanto, há necessidade de saber sobre aquilo que se quer saber.
A Internet acaba por dar mais sentido a afirmação de Baudrillard que escreveu falando sobre a televisão: - hoje em dia, por toda a parte, são as memórias artificiais que apagam a memória dos homens, que apagam os homens da sua própria memória.
A memória é necessária para se definir uma informação. A modernidade jamais será tão importante quanto a memória que a cada um de nós pertence. Mesmo com tudo que cada ser humano carrega em sentido aos pré-conceitos, tradições, ensinamentos anteriores etc, a compreensão será a informação que a memória guardará.


João Marcos Russo Ferreira
Comunicação em Multimeios
Mat.: 06004170

Leituras do Hipertexto - Raquela Wandelli

Leituras do Hipertexto
O texto basicamente reluta na questão biográfica do hipertexto e suas funcionalidades sejam elas virtuais ou textuais através de um livro ou numa definição gráfica visual ou artística.
A autora traz à tona a grande questão do hipertexto e seu formato de leitura: ”Existe um objeto específico a que chamamos hipertexto ou uma forma hipertextual de leitura?”. O que podemos compreender é que o hipertexto nos ensinou uma nova forma de ler velhos textos e revistar antigas teorias.
Um exemplo claro, é a fragmentação dos livros, marcações por subtítulos, prólogos, linhas de apoio, sumários, dedicatórias etc, denominados por Genette de paratextos, que ajudam a mapear topologicamente a leitura, descentralizando o texto, deslocando do centro para as margens, característica forte do hipertexto.
Suas características podem ser cultural em que é inserido em práticas artísticas e intelectuais; além disso romper o início, meio e fim, ou seja o padrão.
O texto menciona também que segundo Barthes, as palavras devem funcionar como “lexias” que remetem umas às outras e não como unidades estabilizadas de sentido. Esse texto, dizia ainda, Barthes, deveria proporcionar múltiplas entradas e múltiplas saídas.
A conclusão da obra já perde sua autenticidade a partir do momento em que o autor se torna co-autor de sua obra , e sua obra passa a ser reinterpretada, sendo assim na sua conclusão de obra. Um exemplo vívido, de Genette, Ulisses , de Joyce, seria o hipertexto de Odisséia, de Homero.
A forma de pensar na literatura e sua própria autoria possui 4 processos sofridos:
1- A teoria da intertextualidade
2- A descentralização do sujeito escritor ou fragmentação do autor criador em diversas vozes e função
3- Texto como produtividade
4- As teorias da recepção
Os estudos culturais, como antropologia, literatura, filosofia defende muito mais o que se produz com o que ele diz do que um autor quer dizer.
As características do hipertexto principais são:
1-Multiplicidade: o todo é uma pluralidade que não se resume à unidade
2-Heterogeneidade: diversidade de linguagem verbal e não-verbal, códigos e toda sua forma comunicacional.
3- Ruptura Assignificante: pode se quebrar em qualquer parte e se reconstituir em qualquer outra.
4-Interconectividade: qualquer ponto se conecta com o outro.
5-Cartografia: o texto sendo percorrido e movimentado
6- Decalcomania: a obra não é uma imagem que copia ou imita o mundo, mas um mapa de linhas que remetem a ele.

O livro ou o computador tem a característica de suporte ao hipertexto como processo, explodem a leitura linear e ainda assim incluem o leitor na construção da narratividade.

Nayara Neri 06008075

Reflexão sobre o texto: Leituras do Hipertexto – Viagem ao dicionário de Kazar

O texto “Leituras do hipertexto, viagem ao Dicionário Kazar” aborda o conceito e leitura de quebra da linearidade nos textos contemporâneos em aparelhos tecnológicos. Hipertextos são textos com verbetes que proporcionam ao receptor uma interação com aquilo que gerou o texto atual e as referências sobre o que foi dito. É um texto de múltiplas entradas e múltiplas saídas. O hipertexto trata-se então de uma escrita em teia, à conexidade de informações, que permite que o leitor conduza sua interpretação.

A quebra da linearidade conhecida também por interconectividade remete a obras clássicas, sobretudo do surrealista Reymond Queneau e do autor do século XVII, Cervantes. O primeiro buscou uma escrita aleatória e aberta à escolha do leitor criando uma possibilidade variante entre as partes, o que caracteriza a multiplicidade e a multilinearidade de percursos do hipertexto. Já Cervantes explorou em sua obra Dom Casmurro a divisão em capítulos (fragmentação), marcados por subtítulos, prólogos, linhas de apoio, sumários, dedicatórias e recursos que Gérard Genette denominou de paratextos, recursos que hoje são potencializados e incorporados pelo hipertexto.

Os paratextos já orientavam a mapear a leitura por tópicos e o deslocamento do centro do texto para as margens, característica que também marca a linguagem hipertextual: o descentramento. A vasta rede de histórias interpoladas é a prova que romancistas nunca se limitaram a um modelo linear de principio – meio – fim e criaram formas elásticas de tornar mais claras suas narrativas fora de um contexto aristotélico, como a velha narrativa de Dom Quixote.

A nova forma de escrita, ao qual o processo hipertextual de escrita e leitura não se reduz somente aos aparelhos eletrônicos, remete a uma pilhagem do velho sobre o novo. Características atribuídas ao hipertexto encontram-se dispersas ao longo da tradição literária de forma não determinada a períodos datados, mas muitas vezes reunidas em uma só obra como é o caso do romance enciclopédia “O dicionário de Kazar”, na qual é possível atribuir um dialogo entre o velho e o novo, a construção e desconstrução da narrativa. Esse olhar “hipertextual” traz a tona algumas proposições teóricas sobre o texto e permite observar como o novo processo emerge de um passado agora “rejuvenescido”.

Contudo, a linguagem construída ao longo da história literária propôs uma alternativa de interação em um ambiente virtual onde uma informação de referência pode ser pesquisada em apenas um clique em um verbete também conhecido como hiperlink. Hoje, na mídia impressa, capas de revistas e jornais funcionam como um menu das homepages.Índices, subtítulos, gráficos e linhas de apoio que permitem as diversas entradas e saídas de texto, sempre fizeram parte da arquitetura da informação em publicações publicitárias periódicas e jornalísticas, servindo de modelo para as páginas de entradas (front pages). Estes trazem de forma implícita o principio do percurso que caracteriza a literatura hipertextual adotado para a web.

João Marcos Russo Ferreira

Comunicação e Multimeios – PUC SP

A oralidade , a escrita, e a imagem; unificados no Hipertexto

A fala foi o primeiro meio que o homem descobriu para se comunicar, não era idioma, mas a produção de som pro meio da fala foi à maneira mais primitiva de se comunicar, isso criava um processo de comunicação entre duas ou mais pessoas um informante e um ou vários receptores q reproduziam a fala, a partir do mesmo meio. A escrita veio como segunda forma de comunicação ela foi o meio de registrar e comunicar os outros não pessoalmente, reproduzindo em imagens ou signos o que era produzido pela fala.

Enquanto a fala traduzia sentimentos à escrita veio como um processo mais fechado, onde não se passa sentimentos, devido a regras. Sendo assim registros históricos escritos que foram traduzidos e lidos eram feitos de forma narrativa, ou seja, a pessoa escreveu da mesma forma que contaram para ela, desta maneira a tentativa de assimilar a algum sentimento.

Quando a escrita ganhou signos com valores definidos (alfabeto diferente de pinturas rupestres) ela se tornou uma linguagem dinâmica entre emissor e receptor, assim a interligação destes signos deve ser organizada de forma a dar significado a uma mensagem. Este foi o meio que possibilitou a escrita de ser um registro histórico, pois as regras possibilitaram a compreensão no futuro de um registro, de tal forma fiel que oralmente seria impossível. A bíblia é um exemplo, por ser talvez o livro mais antigo, ele relata de forma narrativa as andanças do messias, relatando a situação histórica da época, os processos de governo e mais do que isso a atividade e pensamento da população da época. Registros da idade média também cumprem esse papel de importância histórica, foi por meio da escrita que conseguimos registrar o processo a vida das pessoas da época.

Por ser a forma mais fiel de registros histórico a escrita ganhou tal importância que acabou se tornando uma “verdade absoluta”, registros históricos escritos tinham mais valor do que registros orados, a escrita era a afirmação que aquele documento ou relato tinha algum valor de importância.

O mesmo aconteceu quando a imagem surgiu para registrar algum fato e for um meio comunicacional como a escrita. Os mapas, por exemplo, eram uma forma mais fiel de produzir e indicar de forma mais clara um território, ou um registro de local. O mapa foi o guia necessário que junto coma imagem pode afirmar com certeza onde e o que era uma civilização por exemplo.
Logo depois a fotografia veio ser a forma de registro mais fiel e confiável, pois ela reproduzia com clareza e fielmente o que era um lugar, era como congelar a imagem e poder se transportar para o ambiente mesmo nunca estando lá, a fotografia é o falseamento da realidade, mas a extensão e reprodução de certo lugar. A Imagem surgiu como algo inexplicável, sem valor de signo, é algo artificial, a imagem é o significado do medo, o desejo de ter, e ser é o falseamento da realidade, a reprodução do real.

O hipertexto veio juntar todas estas formas, a o oral, a escrita e a imagem, como uma forma só a fusão dos elementos vem dar um valor de credibilidade a comunicação, pois a escrita juto coma imagem e tradução do oral estão juntas em uma coisa só, tornando um terceiro elemento, é uma reprodução cultural ligada a forma é uma obra fechada e completa.

Mas com a inserção do hipertexto na cultura atual, o valor das obras foi perdendo seu crédito, o hipertexto fez com que obras de valores inestimáveis como a Monalisa de Da Vinci perdesse seu valore de unicidade. Por exemplos e colocarmos no Google a palavra Molalisa ele nos vai dar centenas de imagens que reproduz o quadro pintado por Leonardo da Vinci, são várias copias que não tem o mesmo valor q a obra real.

O hipertexto faz exatamente isso nos traz informação em quantidade, não em qualidade, quanto mais informação agregada mais valor ela adquire, mesmo que o valor de credito por ser reproduzida ela tenha perdido, mas por conter muita informação o hipertexto nos da a possibilidade de criar relações e adquirir conhecimento por quantidade e rapidez.

Gustavo del Nero Ferreira - 06004163

A ORALIDADE E A ESCRITA. O CORDEL COMO MEDIAÇÃO


A oralidade é relacionada a teatralização do corpo, a memória, a poética. Já à escrita é atribuída a argumentação.

Durante exposição de Urbano Nojosa em aula, defrontei-me com a a riqueza da cultura popular brasileira que permeia ou semeia a relação do oral com o escrito num país onde o letramento as vezes nos é tão distante e caro acredito que as manifestações populares tem muito a contribuir se lidas a luz do imbricamento e simbiose. Peço licença para esboçar aqui um breve texto sobre o tema com o intuito de aproximá-lo a aula.

Não podemos considerar a oralidade como antagônica a escrita ou vice-versa. Podemos sim, identificar um processo simbiótico na literatura de cordel onde, na maioria das vezes, o letrado e o não letrado vivenciam o folheto, ou seja, sujeitos estabelecidos em grupos articulados predominantemente pela cultura oral se relacionam com a escrita através desses folhetos de cordel.

Relacionamos a popularidade desse tipo de literatura pela maneira a qual é construída, com rimas que facilitam a sua memorização e se baseiam na oralidade, esses textos são normalmente recitados em voz alta, onde a teatralização do corpo, a performance do recitador, muitas vezes extrapola o próprio enredo da história e constrói um significado mor para essa literatura.

Esse mesmo recitador muitas vezes é um não letrado que conta com sua capacidade de memorização para o sucesso de sua interpretação acalorando os encontros regados a muita comida e bebida, ele é o mediador, a ligação direta entre o oral e escrito, o corpo e seus significados. Adaptando o cotidiano ao universo mágico da literatura.


A primeira instância de leitura/audição de folhetos era, de modo geral, o momento em que as pessoas iam à feira e ouviam o vendedor: leitura competente, declamada ou cantada em voz alta, interrompida no momento do clímax do enredo. Uma vez adquiridos ou tomados de empréstimo, os folhetos eram geralmente lidos em grupo, em reuniões que congregavam grande número de pessoas, na casa de vizinhos e familiares. Aqueles que possuíam um maior número e uma maior diversidade de títulos de folhetos em casa chamavam os parentes e amigos para, coletivamente, desfrutarem das leituras (MARIA DE OLIVEIRA GALVÃO; 2002)


Quando não se trata de um não letrado como recitador, os mais alfabetizados leem as histórias em voz alta para o público, trata-se então de um um mediador que ao mesmo tempo digere sua própria alfabetização, eclode em oralidade.

Uma das características inerentes ao cordel é a circularidade, a transição entre o oral e o escrito, o escrito e o oral, o popular e o erudito e o erudito em popular.

Não obstante a vivência da leitura de cordel no interior de cidades no nordeste no Brasil, evidenciamos o mesmo mecanismo de apropriação da escrita com os saraus que eclodem nas periferias paulistanas, como o da Brasa, Elo da Corrente, Sarau da Ademar, Cooperifa e Sarau do Binho, Todos encontros foram estabelecidos por características preponderantes no cordel e no hip-hop, a poesia que emerge e se relaciona de maneira profunda com a escrita, muitas vezes trazendo o letramento em seu balaio.

Daí surge uma problemática para o hipertexto. Seria ele, também capaz de mesclar a oralidade e a escrita?


Referência bibliográfica

MARIA DE OLIVEIRA GALVÃO, Ana. Oralidade, memória e a mediação do outro: práticas de letramento entre sujeitos com baixos níveis de escolarização – o caso do cordel (1930-1950). Educ. Soc. Campinas, vol. 23, n. 81, p. 115-142, dez. 2002.


Rogério Nascimento Oliveira - 06006657


A oralidade, o hipertexto e a ausência do corpo

A cultura da oralidade é repleta de possibilidades de comunicação. Há uma liberdade de criação, interpretação e expressão corpórea que não existem na cultura escrita. Isso porque, na oralidade, a forma de ensinamento é passada de maneira muito mais livre de interpretação. Diferente da escrita que é passada aos povos de forma regrada, cheia de padrões pré-estabelecidos.

Antes do surgimento da escrita, todos os conhecimentos eram transmitidos de forma oral. Eram a memória auditiva e visual os únicos recursos que as culturas tinham para o armazenamento e transmissão do conhecimento às futuras gerações. A inteligência estava fortemente ligada a memória, por isso, caciques, e as pessoas mais velhas de um determinado povo eram consideradas as mais sábias, por terem muito conhecimento acumulado.

Na cultural oral, a palavra era a única fonte de memória de um povo. Era a forma de garantir a história da sociedade. Ela criava uma identidade cultural de um povo. Na cultura indígena, por exemplo, a cultura do grupo estava assegurada pela existência de contadores, de pessoas mais velhas, dotadas de conhecimento histórico sobre seu povo que garantia a memória da comunidade.

A narrativa feita de forma oral trazia mais possibilidades de escolha, de buscar uma compreensão do conhecimento, que ultrapassava padrões estruturais, racionais e estéticos.

Uma das características mais importantes da oralidade, está se perdendo na forma atual de compreensão do hipertexto: o uso do corpo como principal mecanismo para a comunicação. O envolvimento do corpo, da voz, do gesto comunicacional e da expressão, pela qual a narrativa é desenvolvida se perde e se transforma em uma forma maquínica de comunicação.

Características como a presença do outro na comunicação, o tempo presente e a obra não autoral, presentes na cultura oral e na hipertextual, deixam de ser consideradas para dar lugar às questões técnicas.

Uma empresa, ao pensar em criar um software, ela não pensa no receptor como um corpo, ela pensa como um número. O corpo se torna vazio de significado, tradição e conhecimento e se torna uma estatística.

O hipertexto, compreendido como um conceito relacionado ao meio digital, deixa de levar em consideração o outro quanto corpo. Passando a direcionar atenção as pessoas como seres maquínicos, a pesquisas cada vez mais avançadas em novas técnicas e avanços tecnológicos. A identidade principal está deixando de ser o corpo e passando para novas formas, como o meio virtual.

Com isso, o corpo, principio da comunicação e, fundamental na tradição de oralidade, está se tornando ausente. Trazendo á tona problemas de conhecimento e reconhecimento de nossa cultura.

O hipertexto deve deixar de ser tratado como é hoje: apenas objeto relacionado ao computador. O entendimento do passado que levou ao hipertexto como é hoje, a volta ao principio da oralidade, é fundamental para que tenhamos conhecimento de nossa cultural, e reconhecimento de si, e não viremos corpos ausentes, máquinas sem identidade.

Ana Valéria de Loiola Santos – 06006223