terça-feira, 14 de julho de 2009

Leituras do Hipertexto

O hipertexto acompanha o homem desde o seu primórdio, na oralidade, dança, escrita, gestos e claro, na tecnologia também. Ele surge para tentar unir a semântica e o controle (sintática), onde o grande perigo (o calcanhar de Aquiles) mora no outro, o interpretante cujo sentido visto é completamente diferente do apresentado e/ou destinado. A semiótica vai tentar buscar esse sentido único utilizando-se de signos e sentidos propriamente.

Raquel Wandelli discute a hipertextualidade dentro dos meios eletrônicos e fora, do novo e do antigo, utilizando-se do livro “O Dicionário Kazar”e outros exemplares da literatura.

As características hipertextuais da literatura serviram, de uma certa forma, como base para os outros meios subseqüentes, como a fragmentação, recursos gráficos, quebra de linearidade, escrita em teia e conexões dentre histórias, adaptadas e presentes no mundo digital. O leitor acaba ganhando uma autonomia disfarçada e se torna responsável pela construção da narrativa, do sentido, do fluxo, dando à obra característica de inacabada.

Ficou clara a hipertextualidade no mundo digital, fazendo nós através de links e montando uma grande teia de informação, escritas com imagens, utilizando-se de diferentes sentidos do corpo, imergindo o usuário no seu mundo, dando-lhe uma falsa sensação de controle. Esse meio não pode ser apontado como a principal via do hipertexto, a origem, é apenas uma fragmentação do hipertexto, transformada de tecnologias passadas.

O hipertexto vai transformar os códigos do aparato eletrônico para interagir com o usuário, como no computador, mudando os dados binários e conexões de “tabela” numa forma em que o usuário possa entender e interagir com os outros ou com o próprio aparato. Essa interação que possui vários interpretantes não terá um sentido único e sim vários, pois há diferentes cabeças interpretantes da mensagem, mas novamente há um controle para não fugir de um sentido original. Os nós e conexões dentro do mundo virtual ajudam ao acesso do usuário às informações, interligam e agrupam diferentes visões ou sentidos na busca do conhecimento, tendo um caráter heterogêneo.

Rodrigo Leopoldo
06004213

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O hipertexto uma volta à oralidade?

A oralidade é a forma de comunicação mais interativa e democrática que temos. Democrática porque para se comunicar o interlocutor só precisa de sua voz e de um código comum entre os participantes, não existe mediação. Tudo acontece no corpo e para o corpo. Apesar do hipertexto ser um meio mediado, onde ambos os lado precisem de um equipamento para poder alcançar seu objetivo, o hipertexto depois do telefone é a mídia que mais tem características da oralidade.

O hipertexto assim como a oralidade não é linear, é polifônica que o torna não autoral, é efêmero e interativo. Isto nos faz pensar, será que o hipertexto é uma forma de oralidade da hipermídia? A principal característica da oralidade é a interconexão, que possibilita à cada participante contribuir com a experiência de comunicação.

Podemos percorrer os links de um site, navegando por vários assuntos, no entanto a maioria deles não dá a liberdade de propor a inserção de um novo assunto. Podemos apenas navegar por dentro do site ou através de links que nos levem para outros sites. Isto é um tipo de polifonia, mas diferente da oralidade, já é uma forma assíncrona de comunicação de pouquíssima reciprocidade.

A interconexão só acontece no ciberespaço em salas bate-papo, no restante da rede existe uma hierarquia imperceptível, que se esconde por trás da crença quase cega de que a tecnologia vai nos aproximar do mundo e igualar cada vez mais as pessoas, tornando-as mais ativas. A verdade é que o hipertexto não dá suporte para a intercomunicação, pois ele não é sinônimo de comunicação, mas uma forma de criar e gerir conhecimento.

Poderia haver de fato interação no hipertexto, pois a interatividade é uma ação de cumplicidade estabelecida entre os participande que nada tem a ver a com tecnologia.

A figura do emissor ainda esta presente no hipertexto, esta postura de senhor é um problema que esta fora do âmbito do hipertexto. Este problema acompanha o homem desde a oralidade e não será resolvido em hipertexto enquanto este for visto como apenas um meio tecnológico.