quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Coesão social e comunicação

O cotidiano é identificado como um “lugar', com espaço e tempo constituídos de um processo de socialização que relaciona o individuo ao grupo, onde ocorrem misturas de personalidade de comportamentos, que acabam formando grupos definidos pela coesão social. Assim, o cotidiano é o lugar onde os indivíduos agem, se reconhecem e assim podem formar a sua história.

Tudo que é algo extraordinário do comum, como atos políticos históricos por exemplo, surgiu do cotidiano, ou seja, ele sustenta a tudo que lhe sobrepõe.

É no cotidiano que forma-se o senso comum, tudo que pode ser reconhecido como algo bom ou ruim para as realizações diárias pelos indivíduos. Aprende-se a agir, evitar, aceitas e questionar previamente os acontecimentos do cotidiano através de códigos impostos pelas relações familiares, amigos, atos estranhos, religião e arte.

Contravimos nossa existência como percepção da nossa humanidade e da diferença que estabelecemos com o outro, no cotidiano construirmos nossa identidade que sempre esta relacionada a aceitação de algum grupo, com suas tradições determinadas pela “normalidade” do senso comum.

Podemos observar o estranhamento da ordem do dia-a-dia na quebra dos movimentos que são considerados cotidianos como: trabalho e ócio, greve, obediência ao pai e revolta, fidelidade e traição e etc.

A cultura o código cultural caracteriza o modo como os indivíduos de comportam na coletividade social e marcam sua história dentro dela. É um exercício de encontrar-se no mundo e interpretar-se a si mesmo, para orientar sua vida individual e coletiva. Como não vivemos sozinhos, muitos de nossos conflitos são diálogos entre nossa individualidade e o coletivo, e só podemos expressar essas indagações e afirmar a nossa existência através da comunicação.

Porém essa individualidade é constantemente massificada, tornando os indivíduos anônimos e alheios, que permitem serem conduzidos sem que haja questionamento sobre a que fins estão sendo levados. Nesse sentido o cotidiano é opressor, pois a imposição da ordem de permanência e aceitação, sob pena de exclusão, obriga o individuo a pensar que a vida humana somente é possível no grupo regido pela ordem do cotidiano. O cotidiano não significa agir do mesmo modo diariamente, mas ser guiado pelo senso comum.

Sabendo que a comunicação é a única forma que faz o individuo reconhecer-se e sair dos esteriótipos formados pelo senso cultural, outra batalha é travada entre os meios de comunicação e sua própria existência. Sabendo que o individuo só tem como arma a comunicação, o poder se integra nos meios de massa para padronizar mensagens de estimulo a inclusão social sem que haja questionamento novamente. As pessoas crescem de frente para a TV, pensando que para serem felizes precisam pertencer a algum grupo e terem tal quantidade de dinheiro.

Como a formação é só a recepção de mensagens, o receptor assume apenas essa função e esquece que pode emitir algo.

As expressões de arte são reprimidas no cotidiano. Há uma verdadeira batalha tanto física como psicológica para que o individuo viva um padrão sem que possa mostrar sua individualidade, ele esta destinado a ter sua existência inclusa em uma tribo urbana.

Por isso observar o cotidiano pode ser um ponto de partida para mudanças e interpretaçõs historias que revelam o esforço da afirmação do ser humano para si e para as outras pessoas. Uma revolução social só pode ser iniciada através de um estudo histórico e do reconhecimento do valor de si mesmo.


Munique Lima – 06005333

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