segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Informação e Hipertexto

O conceito de informação tratado nos textos, seria propriamente a informação como sentido e emissora da mensagem. Podemos relacioná-la com a teoria dos sistemas, pois uma vez modificada, muda completamente o sentido inicial da mensagem, como por exemplo no texto de Serra Paulo, Informação e Sentido:
“Tudo leva a crer, portanto, que o Primeiro Imperador concebesse a sociedade como uma (espécie) de "máquina"(cibernética) em que cada uma das "peças"(instituições, grupos, indivíduos) e o todo "funcionam" de acordo com a informação que possui pelo que, alterar a informação que constitui a sua "memória" implica alterar, mais cedo ou mais tarde, de forma mais ou menos profunda, as suas formas de funcionamento.
A ser assim, a sua concepção não se afastaria muito da que, a partir da Teoria Cibernética e da Teoria dos Sistemas, é defendida por grande parte das Escolas
de Comunicação que essas teorias influenciam”
Podemos concluir então que a informação pode ser manipulada para quem desejamos transmitir a mensagem, e ainda mais: podemos manipular um grupo específico se alterarmos a mensagem com o objetivo de massificarmos uma linha de pensamento, como no texto de Adorno e a Indústria Cultural.
Adorno simplifica tudo com apenas uma mensagem: “O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho.”
O principal assunto tratado por Adorno é especificamente como a cultura pode ser um meio de massificação de controle da sociedade. Como por exemplo o cinema: O que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação. Portanto, podemos dizer que a Indústria Cultural traz consigo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno e nele exerce um papel especifico, qual seja, o de portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema.
Para Adorno, o homem não passa de um mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, o próprio objeto. Então o homem vira uma máquina, adquirindo um coração –máquina. Tudo que ele fará, fará segundo o seu coração-máquina, isto é, segundo a ideologia dominante. A Indústria da Cultura que tem como objetivo a racionalidade técnica, difere da sociedade do consumo, o próprio ato de fazer sem pensar. O texto prepara as mentes e as alerta para essa sociedade consumista e impensável , onde tudo torna-se replicante:
“Ultrapassando de longe o teatro de ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus dados exatos, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade. Atualmente, a atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a mecanismos psicológicos. Os próprios produtos (...) paralisam essas capacidade em virtude de sua própria constituição objetiva”
Fica claro portanto a grande intenção da Indústria Cultural: obscurecer a percepção de todas as pessoas, principalmente, daqueles que são formadores de opinião. Ela é a própria ideologia. Os valores passam a ser regidos por ela. Até mesmo a felicidade do individuo é influenciada e condicionada por essa cultura.
Por fim, podemos dizer que Adorno foi um filósofo que conseguiu interpretar o mundo em que viveu, sem cair num pessimismo. Ele pôde vivenciar e apreender as amarras da ideologia vigente, encontrando dentro dela o próprio antídoto: a arte e a limitação da própria Indústria Cultural. Portanto, os remédios contra as imperfeições humanas estão inseridos na própria história da humanidade. É preciso que esses remédios cheguem a consciência de todos (a filosofia tem essa finalidade), pois, só assim, é que conseguiremos um mundo humano e sadio.

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