domingo, 13 de dezembro de 2009

O Conceito de Comunidade nas Redes Sociais Virtuais

Bruna Said Marin – VB – Multimeios



O Conceito de Comunidade nas Redes Sociais Virtuais



O cotidiano, espaço-temporal onde se dá a vivência de um ser humano, é mudado todos os dias por qualquer fator, de qualquer porte. Sua interação com o mundo à sua volta é que define como será seu cotidiano. A interação coletiva se tornou um bem público.

A atual interação coletiva pode ser compreendida dentro de uma certa lógica, dentro de certos padrões. poderíamos pensar invertendo a lógica das hermenêuticas, como a comunicação e as mídias procuram se apropriar dos aspectos estéticos e filosóficos do cotidiano, através de leituras preferenciais. Depois da negociação de interesses / preferências individuais entre as pessoas, surge então a explosão de comunidades: o indivíduo sai do “eu” e mergulha no “nós” em busca de reencontrar o “eu”. É um caminho inverso, uma construção coletiva que faz parte da dinâmica da sociedade desde sempre. Há como questionar a autenticidade desta construção, ou até mesmo de seu resultado, pois todo caminho trilhado é altamente sugestivo e tudo vale nesta desconstrução do “eu”. Não sabemos até que ponto o individuo é conduzido ou induzido.

No ciberespaço, esta busca pela identidade tem se tornado cada vez mais constante, já faz parte do cotidiano. As redes sociais virtuais como Facebook, MySpace, Orkut, Twitter estão entre as páginas de maior quantidade de acessos no mundo, ilustrando este fenômeno.
É neste coletivo que o individuo vai mostrar sua existência própria, independente das manifestações individuais ali presentes. Como o ciberespaço é imenso, há uma infinidade de sítios em que as personalidades podem se reinventar. No contexto do imaginário social, as riquezas estéticas, materiais e intelectuais traduzidas na imagem e na fala. É nesse ponto que vão se distinguir os grupos, é isso o que faz com que a vida cotidiana não seja igual para todos, formando os nichos virtuais.

A vida cotidiana vai se interligar pelos fatos sociais, através da sinergia de cada cidadão. Considero o ponto mais positivo dessas redes sociais virtuais - além de serem uma nova configuração de comunidade em si - o fato de serem criadas nos moldes de seus idealizadores. Não foram produtos impostos, foram produtos que obedeceram à demanda da sociedade, são signos da vida cotidiana.

Quanto mais um individuo interagir com esta comunidade, mais ele estará apto a reconhecer habilidades, valores e comportamentos que compõe o seu meio. Nestas redes há um “contrato” de confiança mútua, onde um inclui o outro no universo de referência. Esta inclusão, ou integração, é uma atitude muito simples, no entanto conota o reconhecimento do individuo. Quanto menos ele interagir, menos ele estará às vistas da percepção do outro, sendo assim, ele não será aceito, incluído ou valorizado pelo grupo em questão.

No entanto, na web, o excesso de informações dificulta este reconhecimento. O excesso de opiniões e constatações pode transformar o ambiente numa enciclopédia viva, onde a maioria das coisas ditas são efêmeras e incorretas. A rede, através de seus mecanismos, vai filtrar as intermediações e acordos de interesse, facilitando a formação dos grupos.

Ainda não podemos definir com clareza o resultado destas redes em nossa sociedade, de uma maneira geral; o que sabemos é que, para as pessoas que freqüentam este mundo virtual, esta é uma grande oportunidade de se repensar e talvez de se reinventar o modo de organização de grupos e comunidades, talvez filtrando as informações boas e necessárias, sabendo identificar pontualmente o descartável.

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