sexta-feira, 26 de junho de 2009

AULA - "CORPO"

Aula - “CORPO”

O Corpo, é que temos de mais concreto, mesmo sempre tendo sendo visto de forma e de maneira abstrata. Os Gregos dividiam o corpo em três partes, em primeiro lugar a Razão, em segundo a Pulsão, e em terceiro a Alma. A Razão era um equilíbrio entre a Pulsão e a Alma, e era uma visão do corpo abstrata; A Pulsão era o elemento mais do desejo; e a Alma, seria algo mais estático.
Um dos primeiros fundamentos de interpretação teológica-filisofica, foi a Patristica, foi quando podemos dizer que ocorreu a diferenciação do Corpo versus a Alma. Foi a partir do Renascimento que se encontra a Centralidade do Corpo, começa-se a tentar entender o Corpo como Corpo Razão, ou seja, surge o desenhar no próprio corpo, os músculos, etc. Surge à sistematização “pra dentro do corpo”, ou seja, a interiorização, o abstrato ainda é presente.
A partir disto, surge uma discussão para saber o que nós na verdade sabemos e o que não sabemos. A concepção de achar que o homem é maquina aparece juntamente com a percepção do corpo como uma filosofia maquínica e com a necessidade de entender o Corpo para poder assim dissiplina-lo, ou seja, ter o domínio sobre ele.
No século passado e também neste século, começou a mudar a concepção de corpo. Sua percepção começa a tomar dimensão e assim encontramos duas políticas centrais, a Invisibilidade Social e o Esvaziamento de Linguagem. Um exemplo de Invisibilidade Social são os faxineiros que trabalham em nosso meio e na maioria das vezes não sabemos identificar seus rostos se necessário. O Corpo deixou de ser um objeto sagrado, hoje a dor é uma das coisas mais estudadas, nós precisamos da dor para sentir novamente nosso corpo, por exemplo, o uso de suspensão, a prática de esportes radicais, os piercings, as tatuagens, etc.
No Oriente, ainda encontramos lugares onde o envelhecimento é tomado de forma extremamente positiva, pois quanto mais idade, mais conhecimento, mais autoridade e mais respeito. Porém, a infelicidade com o corpo surge fortemente na maioria dos lugares do Mundo, e é demonstrada pelas cirurgias plásticas, pelas próteses, etc. Isso é a criação de uma perspectiva do não envelhecimento, ou seja, da “desnaturalização”, do esvaziamento do próprio corpo, pois ele tende a envelhecer, e com esta nova perspectiva, juntamente com a tecnologia avançando, tudo muda. Como diz Paula Sibilia em uma de suas entrevistas,: A natureza humana deixou de ter limites fixos e rígidos. Agora é possível “reprogramar” suas características e funções, abrindo um horizonte para além do que costumávamos conhecer como “humano”. Os limites dessa definição estão sendo desafiados, com pesquisas que se propõem a “desprogramar” as doenças e o envelhecimento, por exemplo, visando a atingir a imortalidade. É assim como se abre um novo horizonte à nossa frente, inaugura-se uma era que alguns denominam pós-orgânica, pós-biológica ou, inclusive, pós-humana.
Estamos em uma realidade em que não produzimos mais objetos ou medidas para os corpos, produzimos corpos para os espaços, para as técnicas, para o esporte, ou seja, atualmente são os corpos que se adaptam ao Mundo.

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