A escolha deste texto como fonte de análise se deu porque encaixa com o meu projeto de TCC. A televisão, que detém a informação, ainda é no presente momento, o meio mais utilizado. Dentro desse universo, a área específica para a transmissão de notícias é o telejornalismo.
O autor Arlindo Machado trata em seu livro que todos fazem uma análise do telejornalismo baseados em seus conteúdos e não abordam questões mais profundas como as várias leituras que um jornal pode ter.
Enunciando temas relacionados à política como os que atraem mais interesse do público em geral, Machado estabelece que há um grave problema de seleção e interpretação das notícias. Isso acontece pela falta de preocupação com os telespectadores, por acharem que esses são ingênuos e não estão preocupados com a triagem das notícias, apenas assistem pacificamente o que lhes é despejado.
Ao contrário de perspectiva jornalística, o autor afirma que o público tem a sua interpretação e que esta se dá através do processo individual de formação de cada pessoa.
O telejornalismo, a meu ver também compõe a chamada indústria cultural, pois não passa as informações imparcialmente até mesmo porque se determinada notícia foi ao ar, ela foi colocada por um alguém, seja ele um grupo empresarial ou político próximo a rede de televisão, o consenso é que existem motivos em comum para que a reportagem fosse noticiada em determinado dia, hora e jornal específico.
Partindo do conceito da indústria cultural, temos no telejornalismo um verdadeiro espetáculo durante a transmissão de um noticiário com o apresentador falando com acentos emocionais, usando muita de sua entonação e enquanto ele fala surgem gráficos na tela, trilhas sonoras de acordo com a característica da notícia e mudanças repentinas de ambientes, com um diálogo em outras cidades ou países através de correspondentes locais que trazem ao vivo a notícia, com imagens do ocorrido e testemunhas que falam com emoção e sensibilizam o telespectador. Tudo isso compõe o universo do telejornalismo, muito diferente do que seria uma notícia em um impresso, pois estar teria um grupo bem menor de enunciadores e um nível menor de dramaticidade.
A estrutura do telejornalismo é a mesma em todos os lugares do mundo, independente de crenças, cultura e regime político, uma tendência para evidenciar que pelo menos nesse âmbito, as fronteiras dos países acabaram e o que rege é a globalização.
A crítica que Machado traz é que o telejornalismo deveria se importar mais com a sua fonte de sobrevivência, o seu público, pois este o tem como um efeito de mediação e não é dessa prerrogativa que os noticiários se comportam, mantendo- se apenas com um recurso que mostra o que acontece no mundo afora, dando espaço para a formação de opinião, mesmo se passando por um meio imparcial através de sua máscara. O telejornalismo peca por seu próprio meio ser interpretativo e sendo assim, não é, pelo menos para os telespectadores, fechado, tendo sempre mais de uma leitura de acordo com as experiências de cada pessoa.
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