sábado, 27 de junho de 2009

Leituras do Hipertexto Viagem ao dicionário Kazar

O Passado Rejuvenescido

Esse texto diz que o presente se alimenta do passado e que a única matéria-prima até nas teorias e nas realizações literárias nunca podem partir do zero. Dessa forma as teorias sobre o hipertexto nascem de reflexões sobre os textos que vinham se acumulando nos últimos séculos. Os movimentos dialéticos, reassimilam experiências narrativas de épocas distintas e antigas técnicas de linguagem, que vão da oralidade à escrita. Existe então, um elo entre o passado e o futuro literário, as obras transitam em linguagens desde os antigos mitos até o meio eletrônico.
Mais que uma forma escrita do que um conceito fechado, a noção de hipertexto está ainda em processo de construção, trata-se de uma teoria que se articula a muitas outras, chamada se convergência entre teorias e experiências tecnológicas.
A única afirmação que se pode fazer sobre o hipertexto é que ele é marcado por características como a escrita em teia, a conexão, a quebra de linearidade, a variedade de recursos gráficos, que surgiram antes do computador. Os livros já nos permitiam ver algumas dessas características que são tão marcantes no hipertexto, como a divisão em capítulos, marcados por subtítulos, os prólogos, linhas de apoio, sumários, dedicatórias e paratextos. Todos esses recursos já ajudavam a mapear a leitura e proporcionavam o deslocamento do centro para as margens do texto, permitindo o descentramento e a leitura narrativa fora da seqüencialidade.
Capas e sumários de revistas e jornais funcionam de modo semelhante aos menus das homepeges, sem é claro a velocidade e leveza do espaço eletrônico, trazem implícito o principio de escolha de percurso que se caracteriza a leitura hipertextual.
O emprego de linguagens e recursos múltiplos, poesia, prosa, fotografia, elementos das artes gráficas e a propaganda, hoje são viabilizados pelo o meio eletrônico de uma forma antes nunca pensada. Sua propensão a ver a palavra mais como um ícone do que como uma unidade, também se antecipa ao recurso hipertextual de usar as palavras como links.
A quebra da linearidade ou interconectividade são qualidades que caracterizam o texto em rede. Outra possibilidade é a de criar variantes combinatórias entre as partes, que caracterizam a multilinearidade ou a multiplicidade de percurso do hipertexto.
Ao trazer à tona algumas proposições teóricas sobre o texto, nos permite observar como o novo procedimento emerge de um passado agora também rejuvenescido por esse olhar hipertextual. Situar o hipertexto permite contextualizá-lo entre os processos culturais, desfazendo a impressão de que as novas tecnologias caíram sobre a nossa cabeça de um dia para o outro. Agora sabemos que o hipertexto é uma nova tecnologia que se apropria das linguagens anteriores, ele pra mim é apenas um recurso que possibilita diversas formas de leitura, dando ao leitor a possibilidade de encontrar o que lhe é de interesse próprio, é como uma ferramenta.

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