Como definir o hipertexto, um conceito supostamente novo, a partir do que já é conhecido? Trabalhamos aqui com a teoria de que o passado é resultado do presente e que o presente é a semente do futuro, ou seja: nada é inteiramente novo, mas sim resultado do que já veio antes. A grosso modo, podemos dizer que “nada se cria, tudo se copia”.
Este fato é bem ilustrado no texto “O Passado Rejuvenescido”, que coloca a figura do deus kasar, que a partir de si mesmo cria o universo, o engole e o mastiga para depois cuspi-lo rejuvenescido.
Aqui, nos vemos à frente de um novo formato de comunicação que se encaixa bem nessa teoria. O nome já diz bastante: Hipertexto sugere uma forma evoluída de texto, mas não completamente evoluída, pois encontra-se em processo de consolidação e sedimentação e não é um conceito fechado, apesar de já ter sido encontrado em textos praticamente medievais.
Muitos ligam o hipertexto diretamente ao computador e à internet pois é nesses lugares em que encontramos algumas de suas características mais fortes: a não linearidade, a escrita em teias,a descentralização e, principalmente, o fim da noção de que tudo tem um começo, um meio e um fim.
No hipertexto, links ligam informações umas às outras de maneira imprevisível e desordenada, tornando o autor uma entidade coletiva e o expectador um participante, que cria seu caminho através de escolhas em um labirinto de informação. Cada leitura é única.
O hipertexto ensinou uma nova forma de ler os envelhecidos jornais e revistas de uma maneira diferente. Novamente nos encontramos com o velho e o novo, pois a mesma idéia é usada, mas o acesso está diferente. Índices de revistas assemelham-se a menus de sites, mas no caso dos sites, escolhas estão muito mais em questão e a linearidade não existe; os conteúdos estão mais independentes e sujeitos à mudanças. Um bom exemplo de hipertexto óbvio são aqueles livros em que escolhas são a parte principal da história.
Mesmo assim, é impossível definir o momento em que o hipertexto surgiu, pois sua história é tão flexível quanto o próprio conceito, que traz como grande trunfo a interatividade do expectador, que acaba se tornando um co-autor ao abrir e selecionar caminhos pela informação.
Este conceito tão abrangente pode ser definido, a partir da máxima de que "nada se cria, tudo se copia", como um texto que vai além de um texto e que é mais que uma palavra atrás da outra, se mostra cada vez mais presente e necessário no tempo em que a informação sai cada vez mais das mãos de grandes veículos de informação e torna cada indivíduo um poderoso meio de comunicação.
FERNANDO CARIS DE ALMEIDA - 06005879
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