quinta-feira, 25 de junho de 2009

Hipertexto

Ao longo da história da humanidade a maioria dos registros feitos, em se tratando de narrativa textual, foram em forma de narrativas retóricas, com classificações hierárquicas e de forma que a leitura não é feita baseada em associações, como acontece no hipertexto. Tais associações, numa organização tridimensional para a catalogação da informação, ocorre através de textos, incluindo também dados outros visuais, som, animação e outros tipos de informação, os quais estão imersos em ambientes colaborativos.
Estes elementos conectados formam uma grande rede de informação. Eles não estão conectados linearmente, como se fosse um texto de um livro, por exemplo, que um assunto é ligado ao outro seguidamente. A conexão feita em um hipertexto é algo imprevisto.O hipertexto permite a comunicação de dados, organizando conhecimentos e guardando informações relacionadas. Enquanto em um livro você página por página, linearmente, para formar uma rede de pontos que compõe o assunto tratado do livro, em um hipertexto você tem vários assuntos em volta de um único elemento. São elementos interligados, formando uma rede complexa. Cada elemento particular tem por sua vez outros elementos formando outro universo de conexões.
O hipertexto está relacionado à própria evolução da tecnologia computacional apresentando novas formas de interação deste suporte, em que o computador deixa de ser binário e rígido, para oferecer ao usuário interfaces interativas. O termo interativo já pertencia ao campo das artes quando se propunha intervenção, no entanto o termo interatividade passa a se associar a sistemas da informática, por fazer um contraponto à leitura e a escrita das narrativas virtuais.
Nesta nova organização de dados, tanto os nós, como as informações organizadas em uma determinada seção, como as conexões que se estabelecem entre as diversas partes dele, têm um caráter extremamente heterogêneo. Os dados são diferentes (imagens, sons, textos); não existe um padrão visual, o tipo de conexão que o leitor estabelece também passa por diversas razões como: critérios lógicos, afetivos, ocasionais, instintivos (desejo da interatividade) etc. Também as pessoas que interagem dentro da linguagem hipertextual, são de diferentes procedências. Podem ser indivíduos isolados e até grandes empresas, sem fronteiras nacionais. De certa forma, diversas caracterísicas de uma pessoa, através da ânsia de imersão (corpo presente ou avatar) pelos podem ser definidos, no âmbito do discurso.
O hipertexto ideal teórico ainda não é possível ser realizado em sua plenitude sem comprometer a sua compreensão. Por isso hoje em dia se buscam os “meio termos”, textos com referências, interconexões que se complementam. Mas cada unidade tem que ter um sentido e uma compreensão somente a ela, que pode ser ampliada com os sentidos das outras unidades, e não que dependam dela para a compreensão do todo.
O hipertexto vem auxiliar o ser humano na questão da aquisição e assimilação do conhecimento, pois tal como o cérebro humano, ele não possui uma estrutura hierárquica e linear, sua característica é a simultâneidade, ou melhor, uma forma de organização em rede. Ao acessarmos um ponto determinado de um hipertexto, conseqüentemente, outros que estão interligados também são acessados, no grau de interatividade que necessitamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário