Embora estejamos acostumados a vincular o hipertexto a meios eletrônicos, este se encontra em processo de sedimentação muitos antes do advento da informática, utilizando-se de antigas linguagens e experiências narrativas.
Como característica anterior aos hipertextos eletrônicos pode-se citar a escrita em teia, a quebra da linearidade que pode ser comparada a nossa forma de pensar e narrar o mundo, a descentralização das informações dentro de um projeto gráfico, que já era apresentada em livros como Dom Quixote de Cervantes. Outros recursos foram utilizados por diversos autores como explorar a materialidade do livro para recursos não verbais, o uso dos textos como um mapa topográfico que propõe as palavras como ícones, percussores dos links.
De acordo com a afirmação da autora, nossas realizações provem de experiências anteriores, o presente se alimenta do passado para recriar e resignificar o velho, e assim acontece com o hipertexto. As linguagens, as formas narrativas e as experiências se complementam em busca de algo novo, acrescentam novos significados e formas de se obter uma mídia hipertextual.
Dentro deste contexto, pode-se usar a idéia do palimpsesto, ou seja, uma obra que surge da relação com outra através de uma transformação e reassimilação, sem apagar a anterior. É este o principio que podemos aplicar ao falar de hipermídia no meio eletrônico, no qual diversas janelas podem ser abertas e resignificadas sem alterar a original.
O papel do leitor torna-se indispensável para a efetivação do hipertexto como forma interativa, uma vez que este se torna co-autor ao escolher um dos caminhos a seguir dentro de um ramo de possibilidades apresentado em determinado meio hipermidiático, ele possui o papel de “produtor de significações”. Os acontecementos não são previsisiveis, é como um mapa a ser explorado e alterado pelo leitor, de acordo com seus interesses e vontades.
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