Curso: Multimeios
Disciplina: Hipertexto III
Professor: Urbano
Aluno: José Ulpiano, matricula: 03004181
Hipertexto
O modo como o leitor utiliza o aparato textual seja ele impresso ou virtual poderá ou não ter um caráter hipertextual se entendermos que hipertexto não é só um texto feito no computador, mas sim uma forma de percorrer o texto topograficamente e não como uma obra fechada e completa. Algumas propriedades hoje vinculadas ao que se chama de hipertexto já podiam ser observadas na literatura, como por exemplo, elementos paratextuais (notas de rodapé, índice...) que auxiliam e possibilitam o leitor a entrar de diferentes formas no “ambiente textual” sem falar nos livros jogo como é o caso do R.P.G e tantos outros formatos já explorados pela literatura impressa .
Ainda não se chegou num consenso para entender se hiper texto é um texto computacional ou se é apenas um jeito de percorrer determinado caminho textual, usando o exemplo do palimpsesto onde os textos vão sendo criados de modo a persistirem no que será criado após dando uma forma nova de relações e conexões textuais onde as palavras não tem um significado fechado mas sim funcionam como lexias, corpos de ligação repletos de significados diferenciados onde o leitor entra como co-autor dependendo das interpretações e ligações que se possam ser feitas com o texto examinado, estas ligações e conexões são feitas a todo tempo. Ao lermos um texto, nosso cérebro procura associações a todo instante, não ficando preso a temporalidade imediata, na verdade o modo como interpretamos algo não está preso no objeto examinado mas sim em inúmeras outras situações e temporalidades como a memória, história de vida e uma série de outros fatores, hoje se entende que o autor não é um sujeito criador individual mas sim um organizador de elementos que está intimamente ligado ao interpretante, o significado de uma obra de arte não está preso ao sentido em que o “autor” quer apresentar mas sim nas relações e associações que o interpretante irá fazer ao examinar determinada obra.
A visão do autor como um criador provido de talentos singulares e quase divinos está sofrendo uma revolução, fica cada vez mais complexo o papel do autor de qualquer forma de arte pois é difícil delimitar singularidades em cada obra, Walter Benjamim em seu texto intitulado “ A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica” escrito na década de 30 já alertava para o novo papel do autor com o advento das novas tecnologias de replicação, como a fotografia
Hoje com o advento da “rede” estas questões se tornam mais visíveis, na rede a possibilidade de alterar e resignificar determinado objeto é infinita, as associações que podem ser feitas ao mesmo tempo fazem emergir novos modos de interpretar determinada obra, o carater rizomático da rede onde não existe um núcleo especifico, um inicio e um fim pré determinado abre novas discussões a cerca do papel do autor e do receptor onde este último não tem mais um papel puramente passivo, não usa o texto (textual, imagético, sonoro...) como um produto mas sim como um caminho topográfico em que cabe as associações e interpretações que quiser.
O hipertexto é um local antes de ser um produto, a noção de que dentro do hiper texto podemos usar de linguagens distintas como do cinema, música ou qualquer outro tipo de arte é uma ilusão, a rede reproduz todas estas linguagens e ao mesmo tempo que possibilita esta “flutuação” pela simulação de diversas áreas acaba por esvaziar nossa capacidade de imaginar, no sentido que somos levados a nos contentar com a representação sem “alma” sem “peso” sem” libido”, nos tornamos pessoas amorfas sem corpo e sem alma , bem este seria um caminho, mas sem radicalismos, eu realmente não sei o que é na verdade acho que não existe saber o que é, os delírios são lúdicos e tudo mais mas não são nada além de delírios, as vezes acho que procurar entender é não entender nada mas é assustador perceber que nos contentamos com a “persona” e não mais o corpo, barreira ainda não superada pela tecnologia. Usamos da tecnologia para não viver experiências, não viajamos mais mas sim ficamos parados amorfos diante da tela que não está ,lá nem cá.conversando com ela tendo estas não experiências ou não ou É TUDO VERDADE !! e a experiência é real, e é mesmo quando a geografia virtual influencia a geografia real, ou seja as pessoas marcam encontros, o site está na paulista, o monstro sai da tela para passear na cidade!!
quinta-feira, 25 de junho de 2009
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