Curso:Multimeios
HipertextoIII
Prof: Urbano
José Ulpiano mátricula:03004181
Memória
O sonho dos enciclopedistas de existir um mecanismo que pude-se guardar em si todo o conhecimento adquirido pela humanidade numa espécie de memória geral do homem através das enciclopédias acabava por encontrar certos problemas como a constante produção em todas as áreas do conhecimento (artes, ciências...) e a constante metamorfose de idéias e descobertas impossibilitando a concretização desta memória plena do conhecimento, também pelo fato das possibilidades e linhas de pesquisa num universo infinito também serem infinitas ou seja a partir do momento em que se toma-se uma linha de pesquisa uma série de outras possibilidades e interpretações estariam sendo anuladas .
A hiper mídia resolveria todos estes problemas, pois de certa forma ela age como um mecanismo de registro atemporal onde tudo que é colocado dentro deste “não território” tende a lá permanecer e é um espaço onde a atualização é constante e ininterrupta, um ambiente atemporal, por tanto não está preso no presente, passado, futuro, mas sim flutuando entre épocas incapaz de distinguir o velho do novo e incapaz de interpretar importâncias distintas, ou seja, não escolhe o que deve ser lembrado e o que deve ser esquecido criando assim certa discrepância, servindo como uma máquina de registro, puramente, sem capacidade semântica implícita.
O esvaziamento do qual Paulo Serra fala em seu texto intitulado “Informação e Sentido”, hoje promovido pelas novas mídias pode ser interpretado como uma “nova patologia” tendo em vista sua constante expansão, a rede vai assumindo papéis que antes cabiam apenas ao cérebro humano, sem se quer nos darmos conta, a ponto de não nos preocuparmos mais em vivenciar o momento mas sim registrá-lo o mais rápido possível em uma câmera ou celular para depois assistir a representação do momento que teria sido vivenciado e logo em seguida esquecer, ou seja nós não vivenciamos mais e também não lembramos mais, tudo se torna exterior ao corpo humano, depois este vídeo é postado na rede e esta representação deste momento não vivido vira uma memória de uma representação de um momento que não existiu, isso é um exemplo que pode ser levado ao extremo .se entendermos que a máquina nos esvazia de sentido. Quanto mais acesso a informação tivermos mais rapidamente nos esqueceremos dela, a informação assume um novo papel o de vulgarizar e esquecer ao invés de emocionar e “tornar-se memorável”.
A informação no novo “médium” é medida de forma quantitativa o que acaba por desviar a atenção para a imensa quantidade de informação disponível, um deslumbre pelo imenso. As informações podem ser acessadas sem um motivo real, o usuário se torna um mero navegador à deriva, sendo dirigido por um mar de informações esvaziadas de sentido e irrelevantes para a memória.
Um ambiente em que esteja tudo produzido pelo homem ou a representação de tudo que é produzido não importando seu valor e relevância ao mesmo tempo em que soluciona determinados problemas antes insolúveis, aumenta o grau de complexidade e de relações entre conteúdos que acabam por se tornar fragmentos, e não mais conteúdos independentes com um sentido fechado, é insana a possibilidade de se guardar tudo, uma hora esta caixa explode! é mais uma prepotência mesquinha do homem que acha que na tela se guarda alguma coisa, se existe algum papel relevante nisso tudo é o de nos esquecermos e nos distanciarmos cada vez mais de nos mesmos nos ocupando em registrar o inexistente.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
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