quarta-feira, 24 de junho de 2009

Leituras do Hipertexto Viagem ao Dicionário Kazar

O primeiro capítulo “O passado rejuvenescido” analisa a concepção do hipertexto na história e mostra que os elementos que o compõe, assim como ele em si, já tinham sido de alguma forma criado. A partir do princípio que no mundo atual nada é criado partindo do nada, mas com elementos já constituintes e criados.

O Dicionário de Kazar traz em seu significado a conclusão de que tudo no mundo já fora de certa forma criado, o que existe são apenas reinvenções e recriações do que já fora concebido. Dessa maneira, ele é usado para explicar que o hipertexto é um elemento reformulado, não há nada novo em sua composição.

Desse princípio, temos como primeira certeza que o presente se alimenta do passado. E é assim que ocorre com o hipertexto. Apesar de ser algo novo que está em processo de construção, que se utiliza do computador como principal aparato hipertextual, ainda assim seus componentes são concepções do passado.

Classificando o hipertexto, temos o texto como sua princípio básico. Dele, é formada uma teia de relações e conexões, quebrando com a linearidade conhecida no texto comum. O autor define essa não-linearidade também como descentramento, pois o hipertexto sai do princípio básico de começo-meio-fim, com uma proposta mais extensa de narrativa, ligando vários assuntos em comum através dos links.

A incerteza sobre o que é hipertexto paira sobre a atualidade. Especialistas no assunto não conseguem definir ao certo do que se trata e quanto foi o momento exato em que ele surgiu. Alguns teóricos relembram de Vanevar Bush e Theodor Nelson, mas segundo Raquel Wandelli é ilusão tentar criar um período exato da história com relação ao seu surgimento, até mesmo pela própria característica do hipertexto de romper com as origens e dos opostos início e fim.

De certo apenas que o hipertexto trata-se de um objeto cultural, em um contexto de práticas artísticas e intelectuais e que pode ser a provável forma de narrar e pensar no mundo.

Assim como Kazar que sonha de trás para frente, a autora relaciona o texto de Benjamin “A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica” sobre a perda da aura da arte no momento em que se iniciou o processo de reprodução em massa pela indústria cultural, quando os objetos perderam seu valor de culto e caíram no hipertexto através da Internet e no ciberespaço são reproduzidos a todo instante, com a diferença que nele sequer existe a noção de autoria.

Na internet todos são autores e co-autores, não há um texto que seja fechado em si, pois segundo a autora estes são vistos como produtividade, como um processo sempre em andamento, sem fim, quebrando com a relação começo, meio e fim. A morte de autor no hipertexto veio para acabar com a linearidade e para criar uma nova concepção de mundo, diferente do dicionário de Kazar, basta-nos ver se este objeto seguirá com essa perspectiva atual.

Da primeira idéia de hipertexto (Memex) surgida em 1945 com Vannevar Bush, temos o básico, a técnica de armazenamento de conhecimento, com a possibilidade de acesso a informação de maneira rápida e eficaz.

O cenário atual da Internet se relaciona com o Memex, mas é muito mais do que isso, é um universo complexo que vai além de todos os seus componentes e todo o cenário que o mantém. Vai além do texto, é mais do que palavras, gráficos, relações de mídias, falta de linearidade, enfim, é preciso estudos mais afundo para chegar a uma conclusão do que realmente é hipertexto.

Gilberto Dias Pires Junior
matrícula: 06005325

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