Oralidade, Escrita e Hipertexto
A oralidade é, de fato, um dos meios de comunicação mais antigos que existem. Faz parte do instinto humano chamar a atenção por meio de barulho e gestos. A escrita se desenvolveu após a oralidade, e o hipertexto pode ser visto como um novo meio de comunicação, evolução da escrita juntamente a muitos outros sentidos. Um mínimo senso de orientação, por exemplo, é importante para se “fazer” um hipertexto.
Aqui vai um mínimo resumo destas três formas de expressão, inventadas pela necessidade do homem de ser comunicar entre si.
Oralidade: Imagina como deve ter sido a primeira conversa entre dois humanos. Imagina a necessidade de ter que transmitir um raciocínio pra outra pessoa, sem ter palavras que simbolizem o raciocínio?! A primeira reação deve ser apontar pra coisas, objetos, partes do corpo, que se relacionem com a necessidade do momento.. uma criança apontar para a barriga e choramingar, pra dizer que está com fome. A partir daí, já existe a oralidade. O corpo já é oral. O oralidade é simbólica, a fala transforma tudo em símbolo para passar pensamentos. A fala transforma tudo em palavras. Sendo assim, a oralidade é também narrativa, pois para haver dialogo e troca de idéias, é preciso haver um contexto, uma coerência envolvida, e também, é intersubjetiva, ou seja, se passa entre diversos sujeitos. Portanto, é retórica também, e dialógica.A oralidade é algo inusitado, instantâneo de certa forma. O que se falou, passou. É algo solto, mesmo quando se está presente da pessoa que falou. Não há autoria na oralidade, pois não há retenção de poder do que se foi falado. A fala permanece em nossa memória. Em culturas em que há muita cantoria em público, as canções, se inventadas espontaneamente, são consideradas autoria coletiva. Na oralidade, é o ancião quem apresenta cultura e experiência acumulada. A palavra do homem velho vale mais do que qualquer outra.
Escrita: como “eternizar” o que a oralidade nos permite dizer? Escrevendo. Na escrita, os símbolos já passam a ser visuais, tipográficos, sendo assim, é mais rigorosa também. Há regras para se escrever, para que haja entendimento mútuo, é preciso haver coerência e coesão. Tanto é que analfabetos falam, se comunicam, mas não escrevem o que falam, portanto, ela é excludente. Para falar, basta ter cordas vocais, para escrever, é preciso muita preparação. Há também autoria na escrita, há obra na escrita. Aí, entram leis, contratos, documentos, regras. É preciso haver linearidade para que haja entendimento. E a memória passa a ser irrelevante, visto que o papel, o livro e a mídia servem como uma memória externa. Ao contrario da oralidade, ela é permanente. Ela não é momentânea. Palavra escritas tem um valor muito mais duradouro e forte do que a falada. Para se criar uma história, por exemplo, a escrita é efetiva. Aonde se pára de criar, pode-se voltar a qualquer hora depois, do mesmo ponto em que se parou de escrever.
Hipertexto: Não é linear que nem a escrita quando formada, criada. Há interconexões, múltiplos caminhos. No hipertexto, a questão de autoridade já volta a ser menos rígida. Ela desaparece, na verdade. O hipertexto é um conjunto de obras diversas. Mesmo tendo sido inventado antes do período eletro-eletrônico, é considerado virtual. O hipertexto pode criar ambientes, redes, corpos e mundos que não existem em dimensões reais. A noção de espaço é diferente, mais sensível, mais perceptível, e há interseção deste com outros. Assim, é possível imergir nestes mundos e, ainda, interagir neles. E mesmo não havendo linearidade, há diálogos no hipertexto. Há, de fato, vivência no hipertexto, mesmo que efêmera. Ele é logo esquecido. Tudo acontece muito rapidamente, inclusive seu fim.
Liana Mastrocola 06004178
Nenhum comentário:
Postar um comentário